Análise Pixel Watch 2: Primeiro smartwatch Google no mercado nacional

Anunciado no passado dia 4 de outubro, em conjunto com os equipamentos da série Pixel 8, o Google Pixel Watch 2 é o primeiro smartwatch do gigante das pesquisas a chegar oficialmente ao mercado nacional. Depois de anos fora do nosso mercado, a Google aposta em grande no mercado nacional, com a disponibilização do seu novo smartwatch, os seus smartphones e até dos seus novos fones de ouvido, os Pixel Buds Pro.

E como não podia deixar de ser, estamos a testar este Google Pixel Watch 2 há algumas semanas, e agora chegou o momento de revelar a nossa análise sobre o mesmo. Para aqueles que não estiveram muito atentos, já aqui havíamos disponibilizado a review do Google Pixel 8, e a review do Pixel 8 Pro aqui. E fique já a saber, que este smartwatch é o casamento perfeito com qualquer um desses equipamentos.

Design, hardware e sensores

À primeira vista, este Pixel Watch 2 não parece diferente do seu antecessor, mas isso não é verdade, já que ele conta com uma diferença subtil no design, principalmente na área que integra os sensores, a coroa. Uma das principais inovações do modelo deste ano diz respeito à escolha dos materiais: o relógio passou a ser feito em alumínio reciclado, o que o torna ligeiramente mais leve. Surpreendentemente, a Google eliminou o carregamento sem fio em favor de pinos magnéticos para um carregamento mais rápido (mas falaremos sobre isso na secção de autonomia).

Um dos problemas do Pixel Watch original era o carregamento sem fio, que às vezes era problemático e causava superaquecimento. Com o Pixel Watch 2, a Google decidiu eliminar completamente o carregamento sem fio, talvez uma decisão um tanto drástica. Porém, o novo sistema de carregamento rápido leva o aparelho de 0 a 80% em cerca de 40 minutos.

Nota de mérito também pela pulseira muito confortável que mantém a mesma fixação do primeiro Watch, aliás para estender a nota para as pulseiras, finalmente na Google Store existe uma vasta seleção para todos os gostos e bolsos. Alem disso, o Pixel Watch 2 conta com uma série de novos sensores, incluindo sensor SPO2, frequência cardíaca, ECG, sensor elétrico para parâmetros corporais, sensor de temperatura da pele, tudo para oferecer uma gama completa de recursos de monitorização de saúde. A adição de um altifalante melhorado e do chip NFC para pagamentos representa mais uma melhoria em relação à geração anterior, assim como a sua resistência à água até 5 ATM.

O ecrã OLED permanece pequeno (apenas 41 mm), mas oferece excelente visibilidade mesmo sob a luz solar direta, muito graças ao pico de 1000 nits. Pena que as molduras ainda sejam grossas mesmo que bem escondidas pelos pretos muito profundos. Com aquele vidro ultracurvo, o Watch 2 parece bem delicado mas resiste muito bem a arranhões e pequenos impactos do dia a dia.

Um aspeto a considerar é a visibilidade com óculos de sol polarizados, pois há relatos de dificuldades nesse sentido. Além disso, apesar de não ser o caso do modelo que temos em testes à mais de 1 mês, existem relatos de que o ecrã deste Pixel Watch 2 sofre de Burn-In, por isso pense duas vezes antes de utilizar o Always-On.

Software e fitness

O coração deste smartwatch é o Qualcomm 5100 que é acompanhado por um coprocessador Cortex M33, que permite ao Pixel Watch 2 oferecer desempenho muito interessante. O Wear OS 4, embora não seja revolucionário, traz consigo uma série de correções e melhorias que tornam o uso do relógio ainda mais agradável.

Este Wear OS 4 com o chip da Qualcomm simplesmente voa, o Pixel Watch 2 é um smartwatch muito rápido, sem frescuras e com tudo no lugar certo. Não há nada particularmente único ou especial, não há nenhum tipo de experiência Pixel porque todos os smartwatches fazem a mesma coisa, mas há excelentes funções de segurança pessoal, como controlo de segurança, partilha de emergência e deteção de queda.

Mas obviamente o melhor vem com a integração com o Fitbit para rastrear parâmetros vitais e atividades desportivas. Cálculo muito preciso da frequência cardíaca 24 horas por dia através do novo sensor multipropagação, também com informações de repouso e notificações de emergência na infeliz presença de ritmo irregular, frequência cardíaca baixa ou muito alta. O ECG que faz mantendo o dedo na coroa também é muito, muito preciso.

A gestão do stress é interessante mas não propriamente intuitiva, enquanto as sessões de respiração são verdadeiramente agradáveis ​​e funcionais. A monitorização de sono também é verdadeiramente precisa onde, entre outras coisas, a temperatura corporal e o valor SPO2 também são monitorizados.

O Fitbit é realmente completo quando se trata de treinos, são muitos os desportos que pode monitorizar com muitas informações no ecrã e até alertas motivacionais. Alguns desportos são melhor monitorizados do que outros, por exemplo, é ótimo nas caminhadas, mas muito pouco útil no levantamento de peso.

O que menos gostamos neste Pixel Watch 2 é a sua falta de proatividade, no sentido de que durante o dia não dá muitos conselhos sobre como se gerir, o que fazer, algumas dicas úteis, o que fazer depois de um longo trabalho ou sessão de treino. Algo que ainda pode ser melhorado pela Google.

Também menos popular é a necessidade de ter uma assinatura Fitbit Premium para ter ainda mais informações sobre os dados obtidos pelo Google Pixel Watch 2. Não é obrigatório, já que pode utilizar o smartwatch sem ele, mas há muitos dados escondidos atrás de um acesso pago, e é por isso que a empresa oferece 6 meses na compra do relógio. No entanto, não é muito bom saber que compramos um produto de 399 euros, e depois teremos de pagar uma assinatura para ter acesso a todos os dados que ele recolhe.

Autonomia

Se há algo que me irrita nos smartwatch é a sua autonomia, e isso não é válido só para o Pixel Watch 2, mas sim para todos eles. Neste caso em concreto temos direito a uma bateria de 306mAh que conta com com suporte para carregamento “rápido” (80% da bateria em cerca de 40 minutos). A Google fala de aproximadamente 24 horas de uso com Always On ativo, mas os meus testes mostram que é quase impossível alcançar esse resultado sem utilizar muito pouco o smartwatch.

O monitorização do sono leva uns bons 15-20% e um treino de 90 minutos com GPS ligado (no meu caso testado em caminhada) ele consome algo entre os 20-30%. Portanto, dependendo de como for usado, deve ser recarregado antes de ir dormir para depois conseguir monitorizar o sono durante a noite.

Felizmente temos acesso ao carregamento rápido, que por exemplo permite que carreguemos o mesmo durante a hora de almoço, para assim termos autonomia suficiente para um treino e noite de sono. Contudo, sem a utilização do Always On, a autonomia sobe para um dia e meio de utilização (2 noites de sono e 1 treino).

Veredito Final Google Pixel Watch 2

Com um preço de 399 Euros, o Pixel Watch 2 posiciona-se num segmento de topo, concorrendo diretamente com o Apple Watch de última geração, um produto que já está tão maduro que dispensa apresentações.

O Google Pixel Watch 2, porém, convence bastante. Funciona muito bem, tem um design minimalista e muito confortável para treinos ou atividades diárias, desaparece no pulso mesmo sendo leve. Ele tem alguns “defeitos”, como os frames do ecrã ainda serem grandes, uma bateria pouco convincente e um burn-in que para nós ainda é desconhecido, mas já conta com imensos relatos.

O principal problema, porém, é o seu preço. 399 Euros é uma faixa de preço elevada e mesmo excluindo o Apple Watch desta discussão e permanecendo dentro da esfera Android, qualquer Samsung Galaxy Watch permite-lhe ter a mesma experiência poupando algum dinheiro. Ainda assim, não é o seu preço que estamos a testar, já que o mesmo pode variar com o passar dos meses.

Como tal, tendo em consideração tudo o que falamos acima, a nossa nota para este Pixel Watch 2 é:

O Pixel Watch 2 foi-nos gentilmente disponibilizado pela Google para que a realização desta análise fosse possivel. Se quiser, pode aceder à página oficial do produto aqui.