Análise Google Pixel 8 Pro: O verdadeiro smartphone Android
11 Outubro, 2023Quem me conhece sabe que sempre fui o maior fã dos smartphones da Google. Desde a primeira versão do Nexus, até ao surgimento dos Pixel, esses sempre foram os meus equipamentos de eleição. Não porque fossem os melhores a nível de hardware, mas porque sou um fã declarado do Android stock.
Contudo, quando a Google substituiu os Nexus pelos Pixel, a empresa deixou de comercializar oficialmente os seus equipamentos em Portugal, e por razões mais do que óbvias, decidi começar a dar oportunidade a outras marcas. Não que fosse difícil importar um Pixel, mas porque talvez fosse o momento de experimentar outras experiências, e desde então tive equipamentos de muitas marcas diferentes, inclusive da Apple.
No entanto, com a recém-lançada série Google Pixel 8, a paixão pelos equipamentos da Google renasceu. O anuncio de que os equipamentos iriam chegar oficialmente a Portugal fez-me fazer uma viagem ao passado, e relembrar o quão satisfeito era com os equipamentos da empresa. E como não podia deixar de ser, desde o passado dia 4 de outubro que me encontro a testar o Pixel 8 e o Pixel 8 Pro, e chegou agora o momento de dar o veredito sobre o mais recente topo de gama do gigante das pesquisas. Mas será que este Pixel 8 Pro cumpre todas as expectativas? É isso que vamos perceber com esta análise.
O que poderás conhecer nesta análise?
Design, áudio e ecrã
É a primeira vez que estou a utilizar durante tanto tempo um Google Pixel. Quando tirado da caixa, a primeira coisa que salta à vista neste Pixel 8 Pro é o seu tamanho, já que estamos perante um smartphone XL, com ecrã LTPO de 6,7 polegadas. Agora, apesar de seu tamanho, ele ainda é um smartphone longo com um peso relativamente razoável para este tipo de equipamento, e o seu design longo permite a utilização relativamente fácil com apenas uma mão.
Como podemos imaginar, por se tratar de um smartphone premium, o acabamento é excelente e adoro o acabamento traseiro com acabamento “soft touch”. Os botões físicos são colocados de forma clássica, ou seja, na lateral direita do smartphone.
Na parte de trás, obviamente, encontramos o seu enorme bloco de sensores composto por três sensores, e entre eles uma teleobjetiva e um sensor de temperatura, que eu prefiro chamar simplesmente de termómetro. Sim leu bem, na traseira do equipamento temos um termómetro que permite medir a temperatura daquilo que mais desejar, inclusive a temperatura corporal.
Ainda não está claro sobre qual o objetivo deste sensor de temperatura. Ele pode ser usado para previsão de doenças e rastreamento de ciclos, similar aquilo que fazem outros sensores de temperatura vestíveis. Alternativamente, a Google pode ter planos futuros de tecnologia médica que envolvam a utilização deste sensor.
A coisa toda oferece um acabamento fosco que não memoriza as impressões digitais, algo que me agrada mesmo muito, já que não sou grande adepto de usar capas nos smartphone.
Como disse acima, o ecrã conta com 6,7 polegadas, mas conta com o formato 20:9. Trata-se de um painel OLED com a definição WQHD+. Como não podia deixar de ser, os pretos são profundos e as cores são bem contrastadas. A Google chama ao ecrã dos novos Pixel 8 e Pixel 8 Pro de Super Actua display, e diga-se de passagem que se sai excelentemente bem, tanto em termos de cores como em ângulos de visão. Temos também uma taxa de refrescamento variável entre 1 e 120Hz e um brilho máximo que pode chegar aos 2400 nits.
Estamos a falar de um ecrã plano com uma traseira arredondada, o que refina ainda mais o smartphone em termos de manuseio. Mas o mais surpreendente é o sensor de impressão digital que fica abaixo do ecrã que é protegido pelo Conrning Gorilla Glass Victus 2. É um sensor rápido e muito fiável. Não é o sensor mais rápido que já testei num smartphone, mas os meus testes demonstram que é altamente fiável e seguro.
E por fim, por ser um smartphone premium, o Google Pixel 8 Pro oferece altifalantes estéreo que fazem um trabalho impressionante. O seu som é claro e preciso, e a sua reprodução de som é muito boa para sessões bastante longas.
Software, Desempenho e Autonomia
No lado do software, estamos naturalmente a falar do Android, e obviamente sem qualquer modificação. Estamos a falar de Android puro, e é o primeiro equipamento a sair de fábrica com o Android 14. Sou um fã confesso de Android puro, por isso não tem como não gostar. E como não podia deixar de ser, tudo funciona muito bem, e ao migrar de outro smartphone Android não apresentou qualquer preocupação, já que tudo foi feito de forma rápida, intuitiva e automática.
Do lado do desempenho, aqui temos um SOC premium e proprietário. No seu interior temos o Google Tensor G3 que é um grande salto se comparado com o Tensor G2. Como ainda é desconhecido de muitos utilizadores, este SOC conta com um processador octa-core que inclui um núcleo principal Cortex-X3, quatro núcleos Cortex-A715 e três núcleos Cortex-A510. Esses núcleos foram lançados pela ARM em 2022 e são encontrados em chips como Snapdragon 8 Gen 2 e MediaTek Dimensity 9200. Por outras palavras, a Google está finalmente no mesmo campo desempenho quando se trata de desempenho bruto.
Obviamente, testei alguns jogos recentes, e pesados, como Wild Rifts, Call of Duty Mobile e Fortnite, e não há muito a dizer, foi super suave, mesmo a jogar na resolução 4K e a 120Hz nos jogos compatíveis.
No entanto, o ponto forte deste SOC, e do Pixel 8 Pro nada tem haver com jogos, ou força bruta para a execução de não sei quantas aplicações, já que aqui o centro das atenções está no caminho que é aberto para a Inteligência artificial diretamente no smartphone. Desde o seu CPU com arquitetura ARM até ao GPU renovado, passando pelos novos ISPs e DSPs e a TPU de terceira geração, ele foi projetado especificamente para executar os modelos de IA da própria Google.
Durante a sua apresentação oficial, a Google destacou como, em comparação com o Tensor de primeira geração do Pixel 6, o novo modelo é capaz de executar o dobro dos modelos de aprendizagem de máquina do aparelho e, além do mais, são modelos que entretanto eles se tornaram muito mais complexos.
O Tensor G3 também entra em jogo quando se trata da capacidade do Pixel 8 Pro de entender a linguagem: a Google afirma que isso tornará as conversas com o seu Assistente muito mais naturais, a ponto de permitir que os utilizadores falem ao seu próprio ritmo e não se preocupem com pausas e vários “ums”, já que o assistente será capaz de reconhecê-los corretamente… e acreditem, a Google estava a falar verdade. Mesmo em condições ruidosas, o assistente percebeu sempre todas as ordens que lhe fui dando durante os meus testes.
E claro, os Pixels são muito conhecidos pelas sua capacidades de fazer mágica com fotos e vídeos, graças ao software que é disponibilizado pela Google. Bem, o Tensor G3 neste Pixel 8 Pro oferece grandes progressos: com algoritmos de aprendizagem de máquina que operam diretamente no seu chip, o Pixel 8 Pro é capaz de usar Live-HDR para capturar melhores vídeos em termos de detalhes, reprodução de cores, contraste e faixa dinâmica. A combinação de novos modelos de aprendizagem de máquina, novos sensores fotográficos e software renovado elevam significativamente as capacidades de vídeo deste Pixel 8 Pro. Para fotos, o conceito chave é a fotografia computacional: Magic Eraser, Audio Magic Eraser e Best Take são apenas algumas das inovações significativas que não seriam possíveis sem a Inteligência Artificial.
E se tudo o que tenho falado do Pixel 8 Pro é realmente maravilhoso, não será pela sua autonomia que vou falar mal, muito pelo contrário. Ele conta com uma bateria de 5050mAh, e apesar de não ser a maior capacidade que vi num smartphone premium, ele oferece aquilo que esperamos de um topo de gama. Se não for um utilizador muito intensivo, então vai conseguir aproveitar dois dias de autonomia, e 1 dia inteiro sem qualquer problema se tiver uma utilização intensa. E quando é necessário carregar a bateria, ele oferece suporte para o carregamento rápido com fio, através da sua porta USB-C, de 30W, e o carregamento sem fio (carregamento reverso também disponível). Testei os 2 primeiros, e apesar de não serem os mais rápidos do mercado, parece ser mais do que suficiente. No entanto, nem tudo são boas noticias… a Google não fornece qualquer carregador com o equipamento, pelo que terá de ter o seu próprio carregador, ou adquirir um separadamente.
Estou a testar o Google Pixel 8 Pro há uma semana e nunca carreguei o mesmo durante a noite. Regra geral, meto o mesmo à carga quando acordo. Ligo-o ao carregador que possuo e que aproveita ao máximo os 30W, vou fazer a higiene matinal, vestir-me e quando volto regra geral está a muito perto dos 90%, que são mais do que suficientes para o meu dia.
Fotografia e vídeo
Este é um grande ponto de destaque deste Google Pixel 8 Pro. Tal como já tinha revelado, ele conta com um sistema com 3 câmaras na traseira. Temos um sensor principal com 50MP com abertura f/1,68, que é acompanhado por um sensor ultra grande angular com 48MP com focagem automática e abertura f/1,95 e uma teleobjetiva com 48MP. Zoom ótico de 5x, zoom de alta resolução 30x, sensor LDAF para focagem automática de deteção por laser multizonas e um sensor espectral e de cintilação fazem parte deste equipamento. E mais, tanto o sensor principal como a teleobjetiva contam com a estabilização ótica de imagem, o conhecido OIS. Já na frente, temos um sensor de 10,5MP com abertura f/2.2.
Na prática, no dia a dia, quando as condições de luz são normais ou ótimas, as fotos tiradas com este Pixel 8 Pro são realmente detalhadas e contrastantes, e o foco automático é rápido e eficaz. Se cores ligeiramente contrastantes não são a sua cara, pode sempre utilizar a inteligência artificial para a retocar. Já não existem fotos borradas, este Pixel 8 Pro tem uma solução para todas as fotos, e com apenas alguns toques no ecrã. O foco automático, e o rastreamento, são rápidos e o reconhecimento do assunto até hoje nunca foi um problema. Notei também um bokeh natural, e muito agradável. Enfim, sem reclamações, estou realmente muito satisfeito com este equipamento… É tirar o telefone do bolso e fotografar, sem necessidade de qualquer tipo de preparação.
Em relação à ultra grande angular, ainda falta um pouco de nitidez se comparado com a câmara principal, principalmente em condições de pouca luz, mas nada dramático, muito longe disso. Para a teleobjetiva, acho as fotos com zoom levemente suaves e com alguma falta de nitidez e contraste.
Em condições de pouca luz, este Pixel 8 Pro parece não ter que se esforçar para manter uma consistência na gestão de cores, o smartphone realmente tem resultados impressionantes, algo que nunca tinha visto num equipamento. Mesmo sem ativar o modo noturno, a câmara principal consegue ver muito bem em condições difíceis, é ainda mais óbvio e impressionante em vídeo. Se não tive muitas dúvidas sobre a câmara principal, a teleobjetiva é um verdadeiro prazer de utilizar nestas condições. O mesmo vale para a ultra grande angular que carece de precisão no modo automático, mas que o alcança assim que ativamos o modo noturno. A única coisa que não me impressionou nas condições difíceis, foi o zoom da teleobjetiva, onde acho que a Google podia ter feito um pouco mais.
Por fim, na parte frontal, o Pixel 8 Pro conta com um sensor de 10,5MP. Mesmo que eu não seja muito fãs de selfies, tenho de admitir que a qualidade é muito alta. É bastante clássico e suficiente por si só, desde que não abuse dos filtros de beleza que são catastroficamente irreais. Em vídeo, o novo Pixel é realmente muito bom, ainda há uma gestão de ruído um tanto aleatório quando as condições são difíceis, mas a estabilização na câmara principal e teleobjetiva fazem maravilhas, que é impossível de revelar em texto. Mas o que mais me impressionou foi a capacidade deste equipamento conseguir ver a noite em vídeo.
Veredicto Final Google Pixel 8 Pro
Não vou fazer grandes rodeios, este Pixel 8 Pro é um excelente smartphone e provavelmente o melhor smartphone que alguma vez utilizei. A Google consegue oferecer o que há de melhor no mercado neste smartphone. O bloco de fotos é impressionante e super completo, seja em foto ou vídeo, um ecrã simplesmente maravilhoso, um processador proprietário que se posiciona entre os melhores do mercado, e a Inteligência Artificial, que vem dar um boost a um mercado que estava destinado à estagnação.
Agora, está claro que nosso maior medo é o preço que a empresa pede pelo equipamento, e estamos a falar do primeiro Google Pixel a ser vendido oficialmente em Portugal. No entanto, não estamos a testar preços, mas sim o equipamento. Em termos claros e diretos: Este Google Pixel 8 Pro é o verdadeiro smartphone Android. Atualmente não tem concorrência à altura, e por isso, vale cada euro que a Google pede por ele… e acreditem, passa dos 1000.
A minha nota para este Pixel 8 Pro não podia ser outra, por isso aqui fica a nossa nota máxima:
Este Pixel 8 Pro foi-nos gentilmente disponibilizado pela Google para que a realização desta análise fosse possível. Se quiser, pode aceder à página oficial do produto aqui.
Joel Pinto
Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.