Análise Xiaomi 12T Pro: Um topo de gama com câmara de 200MP
29 Janeiro, 2023Anunciado no passado dia 4 de outubro de 2022 num evento realizado em Paris, o Xiaomi 12T Pro é um smartphone topo de gama que só agora tivemos a oportunidade de testar. As primeira impressões? Um das melhores relações de qualidade e preço do mercado. E as finais? É isso que vamos concluir nesta análise.
Em termos de design ele não é muito diferente do Xiaomi 12T, que já tinha testado em outubro do ano passado (aqui). Ou seja, é um telefone que podemos dizer que é grande. Conta com altifalantes estéreo e um IR Blaster que pode ser utilizado com a aplicação Mi Remote para controlar diversos dispositivos. Estes altifalantes disponibilizam uma qualidade de som bem interessante e foram ajustados por Harmin Kardon e contam com suporte para o Dolby Atmos.
No entanto, um dos pontos que mais gostei neste Xiaomi 12T Pro foi do seu ecrã. Trata-se de um painel AMOLED plano com taxa de refrescamento de 120Hz. As suas cores são ricas, os pretos são profundos e os ângulos de visão são excelentes. No entanto, quero aqui ressalvar que ele não conta com uma taxa de refrescamento variável, ou seja, ele pode fazer 30, 60, 90 ou 120Hz. Não é o mesmo que um painel LTPO 2.0, que se adapta às circunstancias.
No entanto, e tal como referi, este é um dos pontos de maior destaque deste equipamento, e que foi muito do meu agrado. O sua resolução não é demasiadamente alta, nem baixa, já que conta com 1220×2712 pixeis. A resolução FullHD+ é uma resolução que garante um equilíbrio entre a excelente qualidade e o consumo energético. Como faço uma utilização intensiva dos smartphones, para mim esta é a resolução ideal.
O ecrã deste telefone também conta com um sensor de impressão digital embutido. Não é o sensor mais rápido que já utilizei, mas os testes mostraram que é um sensor rápido e confiável, e é isso que se pretende num equipamento como este.
E se o ecrã satisfaz-me bastante, em termos de potencia de processamento, este Xiaomi 12T Pro tem tudo aquilo que é necessário para satisfazer as necessidades até dos mais exigentes. Ele conta com o chip topo de gama da Qualcomm para 2022, o Snapdragon 8+ Gen 1 que é acompanhado por 8GB de RAM LPDDR4X e armazenamento interno UFS 3.1, que no equipamento que recebi eram 256GB, mas existe uma variante com 128GB.
Em termos práticos ele vai conseguir executar tudo e mais alguma coisa, mesmo os jogos mais pesados que conseguir encontrar para o sistema operativo Android. Este chip apenas não é mais rápido que o Snapdragon 8 Gen 2 que está presente apenas em meia dúzia de modelos. No entanto, a diferença de desempenho apenas será notada em testes de benchmark, já que no mundo real, não vai notar qualquer diferença de desempenho. É que este Xiaomi 12T Pro é tão rápido e fluido, como qualquer topo de gama atualmente no mercado.
Atenção que este smartphone não conta com expansão de armazenamento interno através de um cartão MicroSD, como tal deverá ponderar muito bem se os 128GB lhe são suficientes, ou se é melhor optar pela versão com 128GB. Isto porque o seu slot apenas permite inserir 2 cartões nano SIM, que podem ser ambos 5G. Se preferir, poderá utilizar um cartão nano SIM em conjunto com um eSIM… ambos com 5G.
Quando a Xiaomi anunciou este novo smartphone, deu muito destaque ao seu sensor de 200MP. Os meus testes revelam que é um excelente sensor, mas não é o melhor sensor que já testei, e não espere que ele faça realmente milagres só pelo facto de contar com 200MP.
Em termos práticos, no modo de disparo padrão, o Xiaomi 12T Pro “combina” a maioria desses 200 milhões de pixeis (juntando cada bloco de 16 em 1) e tira fotos com 12,5MP. No entanto, esta é a mesma técnica que é utilizada por todas as fabricantes de smartphones, ou pelo menos quase todas. Isso é feito por diversos motivos, o principal deve-se ao espaço de armazenamento. Se quiser, pode tirar uma foto com 200MP (verdadeiros), mas cada imagem chega a ter 70MB, o que significa que vai ficar sem armazenamento em menos de nada. Mas esse nem é o maior problema, já que o verdadeiro motivo está no desempenho. Tirar uma foto com essa resolução significa que terá de esperar alguns segundos entre disparos. Há uma opção intermediária para fotografar a 50MP, o que acelera um pouco as coisas. No entanto, e a menos que esteja a pensar mandar imprimir as suas fotos em grandes formatos, e quando digo grandes é mesmo grandes, como pósteres de parede, deverá utilizar o modo padrão.
Em geral, as fotos da câmara principal são nítidas e possuem cores realistas. Ative o modo AI e terá um resultado final com fotografias supersaturadas, que sinceramente não é do meu agrado. Alem disso, o HDR é automático por padrão, mas não funciona quando esperava ou não fez uma diferença muito percetível.
Outro ponto que me irritou um pouco, é o facto de não haver uma indicação se o foco automático funcionou ou não. Este é um problema para as fotos ao ar livre, quando temos boas condições de luz, onde não é fácil ver apenas olhando para o ecrã para perceber se o assunto está muito próximo, ou não.
No entanto, fiquei muito surpreso com a capacidade da câmara principal deste Xiaomi 12T Pro quando tiramos fotos em condições de pouca luz, já que ele produz fotos que pareciam muito mais brilhantes do que a cena real, e isso sem trocar para o modo noturno dedicado.
Os sensores que dão suporte ao sensor de 200MP não são nada de especial. O sensor macro de 2MP parece presente apenas para compensar os números, e o sensor ultra grande angular embora seja capaz de fotos decentes tem resolução que considero muito baixa: 8MP.
Na frente, a câmara selfie de 20MP é muito boa, tirando fotos bonitas e nítidas e fazendo um bom trabalho com o efeito bokeh no modo retrato.
Já em termos de vídeo, este Xiaomi 12T Pro tem a capacidade de gravar em 8K a 30 frames por segundo, mas é melhor limitar as configurações para um máximo de 4K a 60 frames por segundo, pois nesses condições as filmagens conseguem beneficiar da estabilização. E assim, a qualidade do vídeo não dececiona. Além disso, a Xiaomi oferece alguns modos de filmagem divertidos, como Clone, onde pode aparecer duas vezes, e uma seleção de efeitos de filme, incluindo mundo paralelo, obturador lento e um modo que grava das câmaras frontal e traseira ao mesmo tempo.
E para meter tudo isto a funcionar, é preciso uma boa bateria, e este é um dos melhores pontos deste Xiaomi 12T Pro. Em termos de números temos quase mais do mesmo, 5000mAh. No entanto, os números são realmente enganadores, já que em termos de gestão de energia a Xiaomi está de parabéns. Com uma carga completa consegui cerca de 7 horas de ecrã, e isso não é bom, é excelente.
Em situações de utilização não muito intensiva, que no meu caso acontece aos fins de semana, consegui utilizar o equipamento durante 2 dias com apenas uma carga. Há muito tempo que não conseguiu isso com um smartphone topo de gama.
E quando é necessário recarregar, isso é um não problema. Ele suporta o carregamento rápido com fio de 120W, em que o carregador vem na caixa. O que isso significa em termos práticos? Vou tentar explica de uma forma simples: se tiver com 15% de bateria, liga o telefone ao carregador e vai tomar banho e quando voltar tem a bateria a 100%, nem precisa de ser um banho demorado. Por esse motivo nunca recarreguei a bateria durante a noite. Todas as manhas quando acordava, metia o telefone à carga e ia fazer a minha higiene matinal, e sempre, repito, sempre que estava pronto, o telefone estava a 100%.
Em números: Dos 20 a 100% de bateria não demora mais de 18 minutos. Melhor que isto? Com o tempo vai aparecer, mas é simplesmente brutal e algo pelo qual me habituei, e o difícil agora vai ser voltar a utilizar carregamento mais lento do que isto.
Para terminar, mas não menos importante, falta falar do software. Já aqui revelei inúmeras vezes que não sou grande fã do MIUI, mas tenho de dar o braço a torcer de que a Xiaomi tem feito um excelente trabalho e a sua interface está cada vez melhor, e mais afinada. No Xiaomi 12T Pro temos o MIUI 13, que é baseado no Android 12, e que no momento em que me encontro a escrever esta análise tem os patch de segurança referentes ao mês de novembro de 2022.
A empresa prometeu 3 anos de atualizações do Android para este equipamento, pelo que ele deverá receber atualizações até ao Android 15, e quatro anos de atualizações de segurança, ou seja, até final de 2026.
Este MIUI 13 vem com algumas aplicações pré-instaladas, incluindo jogos, Booking, Netflix e algumas outras, que apesar de poderem ser desinstaladas com bastante facilidade, ainda acho que é algo que a empresa deveria trabalhar.
De resto a MIUI 13, que no caso é baseado no Android 12, funciona muito bem, tem tudo o que os utilizadores precisam, e se não tiver, podem utilizar a Google Play Store que aí certamente terá. Um dos recursos que mais gosto desta interface é o Game Turbo, que oferece atalhos para vários recursos enquanto jogamos.
Veredito Final Xiaomi 12T Pro
Uma rápida pesquisa na Google e o primeiro resultado da pesquisa sobre o Xiaomi 12T Pro aponta para a loja online de uma grande empresa Portuguesa com um preço a rondar os 690 euros.
Ora, se pensarmos no seu excelente ecrã, excelente desempenho, uma brutal autonomia acompanhada por um excelente carregamento e uma câmara que se posiciona acima da média, é difícil encontrar melhor por um preço igual ou inferior.
Obviamente ainda precisava de ter uns sensores secundários mais adequados e uma classificação IP para o tornar ainda melhor… mas para isso a empresa teria de aumentar o seu preço.
Por esse motivo, a minha nota para este Xiaomi 12T Pro não podia ser outra:
O Xiaomi 12T Pro foi-nos gentilmente disponibilizado pela Xiaomi para que esta análise fosse possivel de realizar.
Joel Pinto
Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.