Analise Xiaomi 12T: Dos melhores smartphones de gama média do mercado

Analise Xiaomi 12T: Dos melhores smartphones de gama média do mercado

23 Outubro, 2022 0 Por Joel Pinto

Anunciado no passado dia 4 de Outubro no evento realizado em Munique, na Alemanha, o Xiaomi 12T chegou recentemente ao mercado nacional, e como não podia deixar de ser, já o estou a utilizar há algumas semanas, e chegou o momento de revelar a análise do mesmo.

Quando foi anunciado, o Xiaomi 12T chegou acompanhado do seu irmão ligeiramente mais poderoso, o Xiaomi 12T Pro, no entanto, em termos de design eles são muito semelhantes, e o desempenho deste modelo regular certamente não o irá desapontar.

O Xiaomi 12T encaixa-se visualmente com a restante gama de equipamentos Xiaomi 12 (o meu equipamento regular). Isso significa que com um tamanho de 163,1 x 75,9 x 8,6 mm e 202g de peso, é difícil distingui-lo visualmente do Xiaomi 12, 12 Lite, 12X e Xiaomi 12 Pro. Recebi o modelo preto que, apesar de contar com uma parte traseira fosca, é um verdadeiro imã de impressões digitais. Não há proteção particular por certificação IP. Apenas temos o já habitual Corning Gorilla Glass 5 na frente que promete protegê-lo contra os arranhões indesejados.

Falando da parte frontal, o Xiaomi 12T dá-nos um belíssimo ecrã plano AMOLED com 6,67 polegadas, com a resolução FullHD+, com 2712 x 1220 pixeis (446 ppi) e taxa de refrescamento de 120Hz. Apesar de não ser o melhor ecrã do mercado, é digno para um equipamento high-end. A estabilidade dos ângulos de visão, contraste e dinâmica nunca foram um problema para a Xiaomi, e aqui volta a não falhar. E mesmo em condições de muito luz solar direta, a sua visualização não é um problema. E nunca nos podemos esquecer, este Xiaomi 12T não é um topo de gama.

Xiaomi 12T

Pode parecer um topo de gama por estar numa faixa intermediária premium, o que se deve principalmente à configuração do módulo fotográfico e do processador integrado - mas falarei sobre esses dois pontos um pouco mais tarde. A pegada é geralmente satisfatória, mesmo que eu ache que às vezes a suas mais de 200g na mão possam ser um pouco demais. Também nunca fui grande fã de ecrãs planos, mas tenho de reconhecer as vantagens do mesmo. De qualquer forma, esta é uma avaliação puramente subjetiva. O acabamento deste novo smartphone é convincente e o posicionamento dos seus botões é ótimo.

O seu sensor de infravermelho, que é quase obrigatório para a Xiaomi, está posicionado na parte superior, e altifalantes estéreo (superior e inferior) também estão presentes. O suporte Dolby Atmos está disponível, mas o logótipo da Harman & Kardon não está por cá. Ainda assim, a sua qualidade de som é média, já que consegue cobrir bem todas as faixas de frequência, mesmo que o seu volume máximo seja claramente limitado. Não vale a pena falar muito sobre isso, já que nos dias de hoje quase toda a gente utiliza fones de ouvido, e a utilização dos altifalantes já não é tão frequentes como outros tempos.

O seu sensor de impressão digital está embutido diretamente no ecrã, e funciona muito bem. Não é o mais rápido que testei, mas é realmente muito rápido e confiável.

Não queria terminar esta parte sem falar do Always On Display, que está presente, bem como os seus temas, e configurações, típicas da Xiaomi, que habitualmente vêm no MIUI.

E já que falei do MIUI, o Xiaomi 12T vem com o MIUI 13.0.6, a sua própria interface que é baseada no Android 12, e enquanto testava o equipamento recebei uma nova atualização (MIUI 13.0.8.0). A fabricante garante 3 grandes versões do sistema operativo Android e 4 anos de atualizações de segurança para este equipamento. Mas a primeira grande atualização chegará já com o Android 13. Basicamente, já está a perder o acesso a uma grande atualização garantida pela Xiaomi, mas nada de grave, já que tem atualizações garantidas até ao Android 15.

Devo também mencionar outro "defeito" de software: bloatware (aplicações pré-instaladas). No total, encontro 86 aplicações instaladas no aparelho que recebi, apesar de efetivamente utilizar algumas delas. Mas o que "Agoda", "Amazon Shopping", "Booking", "Genshin Impact", "Netflix", "Spotify", "TikTok" e "Title Fun" estão a fazer no smartphone assim que o tiramos da caixa? E isso não é tudo, longe disso.

Eu admito que utilizo algumas dessas aplicações, mas se elas devem ou não estar no meu smartphone, deverá sempre depende de mim. A verdade é que todas essas aplicações podem ser desinstaladas sem qualquer problema, mas preferia que as mesmas não viessem instaladas.

De resto, a MIUI é uma interface limpa e com provas mais que dadas. Tudo funciona perfeitamente, uma interface muito polida e com toneladas de personalizações, que permite que o nosso equipamento seja único, e conforme os nossos gostos.

Em termos de patchs de segurança, a ultima atualização chegou com o patch de Setembro, que é algo bom. Não é ótimo porque já existe o patch de Outubro, mas penso que o de Setembro é suficiente por enquanto.

Ao contrário do modelo Pro que vem com o melhor processador da Qualcomm, o Snapdragon 8+ Gen 1, este Xiaomi 12T vem com um dos melhores chips da MediaTek, o Dimensity 8100 Ultra, que apesar de ainda pouco explorado, é uma evolução do 8100, que é um dos melhores chips de gama média atualmente no mercado. Este chip conta com um processador octa-core fabricado no processo de 5nm, e que confesso que me surpreendeu muito (realmente muito) pela positiva. Nunca tive qualquer problema de desempenho com ele, mesmo em jogos mais pesados, como o PUBG Mobile, Asphalt 9: Legends e até o League of Legends: Wild Rift.

Tenho por habito executar o teste no Antutu, mas por questões de segurança o MIUI bloqueia a sua instalação. Ele deixa instalar a aplicação em si, mas depois não deixa instalar o pacote 3D para fazer o teste... e por isso desisti. Testei o mesmo no Geekbench 5, que me apresentou uma pontuação de núcleo único de 919 pontos, e no multi-core uma pontuação notável de 3723 pontos. Isso é significativamente mais do que um chip para um equipamento de gama média, e não muito distante de um equipamento topo de gama.

Este chip que em momento algum me pareceu aquecer em demasia, mesmo em jogos pesados durante algumas horas, é acompanhado por 8GB de RAM LPDDR5 e 256GB de armazenamento interno UFS 3.1, que são as memorias mais rápidas do mercado. Alem disso, podemos expandir a memoria RAM em mais 3GB, ficando com 11GB de RAM, através da RAM Virtual (pode verificar nas imagens acima).

Em termos práticos, contará com um desempenho muito semelhante aquele que obteria com um smartphone topo de gama. Só poderá notar algumas diferenças em testes de benchmark, mas no dia a dia não visualizará qualquer diferença, mesmo nas aplicações mais pesadas que poderão existir para Android.

Xiaomi 12T

E se estava ansioso para saber como ele se comporta na parte fotográfica, então chegou o momento de falar sobre isso. A Xiaomi instalou um módulo fotográfico triplo na parte traseira, em que o seu sensor principal, que está posicionado numa ilha retangular na parte superior esquerda oferece 108MP.

A câmara deve essa resolução ao sensor de imagem Isocell HM6, da Samsung. O sensor de imagem mede 1/1,67 polegadas e oferece um tamanho de pixel de 0,64 micros. Graças ao processo de separação de pixeis 9 em 1 - que a Samsung chama de "Nonapixel Plus Technology" - esse valor é inflado para 1,92 micros. Além disso, temos uma lente ultra grande angular de 8MP e uma lente macro de 2MP.

E vamos começar pelo supérfluo sensor macro de 2MP, que posso dizer que fiquei contente com as primeiras imagens close-ups feitas durante o meu primeiro raid fotográfico com o Xiaomi 12T. No entanto, essas fotos provavelmente teriam tido o mesmo resultado se tiradas com a câmara ultra grande angular, pelo que considero esse sensor de 2MP praticamente inútil.

No entanto, compreendo a decisão da Xiaomi em incluir este sensor que considero desnecessário, já que um módulo triplo vende muito melhor do ponto de vista de marketing e, por outro, também não prejudica a experiência do utilizador. Para completar o pacote, devo ainda citar a câmara frontal de 20MP.

As primeiras fotos confirmam que o Xiaomi 12T tira fotos diurnas de alta qualidade. Essa disciplina padrão agora é dominada por quase todos os smartphones de gama média "premium", e nos topos de gama. Nessas gamas é difícil encontrar um equipamento que não tire fotos decentes. As coisas ficam mais complicadas com o zoom, que confesso que me desanimou um pouco.

Selfies e fotos noturnas também fazem bastante sucesso, embora o Xiaomi 12T seja regularmente confrontado com efeitos de reflexo de lente. Esse fenómeno não é incomum com câmaras de grande abertura em contraluz. Alguns deliciam-se com essas reflexões para fins artísticos. Mas os fotógrafos consideram isso é uma marca registada de uma má lente. Por exemplo, a Zeiss equipa smartphones como o Vivo X80 Pro com uma lente especial "T*" com efeito de luz antidifuso.

Mas aqui em termos práticos, e claros, as imagens são boas, com bons contrates, e mesmo em condições de pouca luz consegue-se tirar boas fotos.

Xiaomi 12T

Não poderia terminar esta análise sem abordar a sua autonomia, que sinceramente me parece ser o elo mais fraco deste equipamento. Tal como o modelo Pro, este Xiaomi 12T está equipado com uma grande bateria de 5.000mAh. Isso sugere que pode durar confortavelmente um dia inteiro, mesmo com o ecrã com uma alta taxa de refrescamento. Com o brilho definido em automático, confesso que cheguei praticamente todos os dias, ao final do dia, com a bateria a pedir o carregador. Decidi então baixar a sua taxa de refrescamento para 60Hz, e a coisa não melhorou muito, ainda durou praticamente um dia inteiro com uma única carga, mas penso que esta bateria de 5000mAh deveria durar um pouco mais.

No entanto, não posso deixar de informar que estou sempre com os dados móveis ligados, GPS, Bluetooth e com brilho relativamente alto, porque acho que só assim tenho uma boa experiência que um equipamento me pode oferecer. A verdade é que à medida que a noite se aproximava, encontrei-me sistematicamente a desligar alguns recursos para ter a certeza de que não ficaria sem bateria até chegar a casa.

A situação não era muito pior com taxas de refrescamento mais altas, mas esperava um pouco mais desta bateria. E tal como já revelei acima, o telefone que utilizo frequentemente é o Xiaomi 12, e este conta com uma bateria de 4500mAh e ainda assim oferece-me melhor autonomia. Provavelmente aqui é alguma questão de software que a Xiaomi precisa de resolver.

No entanto, com este Xiaomi 12T temos algo que está presente em poucos equipamentos, que é um carregamento de 120W. E sim, o seu carregador vem na caixa. Se tiver falta de bateria, posso informar que dos 10 a 100% o carregamento leva menos de 30 minutos, e em 15 minutos facilmente obtemos 65% de bateria. E isso não é só bom, é realmente brutal.

Xiaomi 12T

Isso permite que não tenha de carregar o smartphone durante a noite. Acabei por criar o habito de apenas o carregar quando acordava. Acordo, meto-o à carga e vou fazer a habitual higiene matinal, e quando regressava garantidamente estava a 100%.

O carregamento sem fio não está presente, e poderia ser uma mais valia para alguns utilizadores. No entanto, a Xiaomi para oferecer um preço interessante, terá de cortar em alguns recursos, e esse é um desses recursos.

Veredito Final Xiaomi 12T

Antes de mais, este é um equipamento que custa atualmente um valor a rondar os 600 euros, que faz dele uma das melhores relações de qualidade e preço do mercado.

O MediaTek Dimensity 8100 Ultra é bom, conta com um excelente ecrã AMOLED, o seu som estéreo é mediano e o seu modulo fotográfico é mais do que suficientes para todas as necessidades. A sua bateria de 5000mAh ainda deixa um pouco a desejar, mas o seu carregador de 120W descomplica toda a situação e minimiza essa falha, que eu acredito estar relacionada com software, e como tal a Xiaomi poderá resolver.

A relação qualidade / preço do Xiaomi 12T parece-me bastante convincente após os meus testes, como tal, a minha nota para o mesmo é:

O equipamento foi-nos gentilmente fornecido pela Xiaomi, para que a realização desta análise fosse possivel.

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Joel Pinto

Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.