Análise Samsung Galaxy S22 Ultra: Um verdadeiro smartphone digno de “Note”
24 Abril, 2022No passado dia 9 de Fevereiro, a Samsung anunciou ao mundo os três novos smartphones da série Galaxy S22. Tive a oportunidade de ter um primeiro contacto com os 3 equipamentos alguns dias antes da sua apresentação oficial, e recentemente recebi o Galaxy S22 Ultra, e como não podia deixar de ser, utilizei-o intensamente.
E como já passou sensivelmente um mês que o estou a utilizar, chegou o momento de revelar a análise deste equipamento, o principal topo de gama da empresa Sul Coreana para a primeira metade de 2022.
Em termos de design, o destaque deste Galaxy S22 Ultra é o facto dele contar com o ADN da série descontinuada Galaxy Note, algo que adoro. E se o facto dele agora contar com um zona para alojar a S-PEN já é um motivo de satisfação, o seu ecrã continua a ocupar grande parte das suas evoluções. Se leram a minha análise do Galaxy S22, então fiquem a saber que este Galaxy S22 Ultra é um telefone totalmente diferente, com um ADN que nada tem haver com o outro, e se fosse chamado de Galaxy Note22 ninguém iria estranhar.
Mas os seus elementos técnicos não diferem muito dos outros equipamentos desta série. Ou seja, o botão power e o controlo de volume estão posicionados na lateral direita. A porta USB tipo C, microfone, bandeja SIM e altifalante principal na parte inferior, que também conta com a zona de alojamento da S-PEN, enquanto o microfone secundário está na parte superior. O leitor de impressão digital continua embutido no ecrã, e este ecrã está “perfurado” no centro superior para alojar o sensor selfie. O segundo altifalante está escondido entre o ecrã e o contorno de alumínio.
Não há muitas semelhanças entre este Galaxy S22 Ultra e o Galaxy S22, por isso, nem sequer vale a pena fazer comparações entre os equipamento. Este smartphone conta com uma armação de metal que não cobre apenas uma parte, já que agora cobre todo o equipamento. Isso significa que o alumínio protege as extremidades da parte traseira do telefone (assim como protege o ecrã). Assim, o smartphone parece mais resistente, mas também mais grosso. E para reforçar essa impressão, o Galaxy S22 Ultra adopta um design muito mais “curvo” que o S22. O smartphone conta com as famosas curvas laterais enquanto que a parte superior e inferir são rectas. Isso dá a este modelo uma aparência igual aquela que temos nos anteriores Galaxy Note, e que se diga de passagem que gosto muito.
Mas este Galaxy S22 Ultra é um telefone “gigante”. Eu tenho as mãos grandes, e ainda assim acho que este smartphone é muito grande para mim, e para usar no bolso das calças, confesso que por vezes torna-se desconfortável por causa das suas dimensões.
Mas se o que lhe interessa é o tamanho do ecrã, então fique a saber que o do Galaxy S22 Ultra é enorme. Agora temos um painel Dinamic AMOLED 2X de 6,8 polegadas com a resolução QuadHD+, com 3088×1440 pixeis, que lhe confere uns brutais 500 pixeis por polegada. A sua taxa de refrescamento é variável entre os 1 e os 120Hz, e este é garantidamente o melhor ecrã que alguma vez utilizei num smartphone. É impressionante a sua qualidade, e mesmo sob condições solares directa, não tive qualquer dificuldade em perceber o que por lá se passa.
Ao ligar o smartphone pela primeira vez, temos a nova interface Android da Samsung: o One UI 4.1, que é baseada no Android 12. Ou seja, temos a versão mais recente do Android e a actualização mais recente do One UI. Encontramos nesta interface todos os fundamentos da One UI, interface muito completa e muito bem fornecida, e que por diversas vezes já admiti ser grande fã. Tudo funciona muito bem, de forma suave e subtil, e conta com tudo aquilo que a Samsung já nos habituou. No momento em que esta análise está a ser escrita, já conta com os patch de segurança de Abril de 2022… melhor é impossível.
Uma das novidades deste novo Galaxy S22 Ultra é o seu processador, que é o novo Exynos 2200 (aqui acompanhado de 12GB de RAM LPDDR5), o primeiro SoC da Samsung integrando um GPU desenvolvido pela AMD, que é chamado de Xclipse 920. Ele baseia-se na arquitectura RDNA2, como os GPUs da PlayStation 5 e da Xbox Series X. Teoricamente, isso promete uma boa melhoria gráfica em relação ao Mali-G78 MP12 do Exynos 2100. Além disso, a Samsung actualizou os núcleos do seu SoC, e agora utiliza o Cortex-X2 para o núcleo mais poderoso, Cortex-A710 para núcleos de média potência e Cortex-A510 para os núcleos mais eficientes em termos de energia. As frequências de uso desses núcleos são inferiores às dos núcleos do Exynos 2100. Mas a ênfase está claramente na optimização e não no aumento do desempenho.
O que lhe deve interessar é conhecer o desempenho do Galaxy S22 Ultra, e se comparado com o Galaxy S21 Ultra, o desempenho geral deste novo modelo é superior. No AnTuTu, este smartphone ultrapassa os 900.000 pontos, e este é o segundo equipamento que testo que passa essa barreira (o primeiro foi o S22 regular). Só a titulo de curiosidade, o Galaxy S21 fazer cerca de 630.000 neste mesmo teste.
O que é que isso significa? Simples, pode jogar tudo e mais alguma coisa, sem ter qualquer problema de desempenho. E o mesmo é válido para qualquer aplicação que possa executar com este equipamento. Nada o fará vacilar, tudo é executado de forma excelente e sem engasgos.
Mas há um ponto que gostava de falar, quando jogamos jogos mais pesados, como o Call of Duty Mobile, PUBG Mobile, ou outros, o telefone tende a aquecer ligeiramente. Não é um aquecimento excessivo, mas nota-se que a traseira fica um pouco mais quente que o habitual.
A estratégia da Samsung para o Galaxy S22 Ultra está focada em manter a temperatura interna do telefone abaixo de um determinado limite, e por vezes reduz o poder de desempenho do mesmo para que esse limite não seja atingido. Mas esse aquecimento tem algum impacto na autonomia? Antes de responder a esta pergunta, fique a saber que o Galaxy S22 Ultra conta com uma bateria de 5000mAh. E essa escolha pode ser surpreendente. De facto, com um ecrã muito mais brilhante que o seu antecessor, e um processador igualmente poderoso, podemos temer uma queda drástica na autonomia do Galaxy S22 Ultra. Há, no entanto, dois elementos interessantes. A primeira é a finura de gravação do Exynos 2200: 4 nm, a promessa de um consumo mais controlado e um desempenho optimizado. A segunda é a estratégia da Samsung que acabamos de ver: limitar o desempenho do GPU para reduzir o excesso de calor (e perda de energia).
No uso padrão, este Galaxy S22 Ultra consegue durar facilmente um dia inteiro com uso intensivo, e com uso regular, conseguimos 2 dias de energia. E quando a bateria estiver a chegar ao fim, teremos de a carregar. Aqui temos suporte para o carregamento rápido de 45W com fio, sem fio de 15W e carregamento reverso de 4,5W. E há 2 pontos de destaque aqui, primeiro, terá de ter o seu próprio carregador. A Samsung não fornece qualquer carregador com este equipamento. E o segundo, a velocidade de carregamento, apesar de ser suficiente, já não me consegue surpreender. A verdade é que tenho testado equipamentos com o dobro da velocidade de carregamento com fio, e o triplo na parte sem fio.
O carregador que utilizei para carregar a bateria deste Galaxy S22 Ultra apenas suporta o carregamento rápido de 22,5W. Ele consegue recarregar 50% da sua bateria em cerca de 43 minutos e 100% em 125 minutos. Não é o melhor do mercado, mas não é mau. Mas se comprar um carregador que aproveite totalmente a velocidade de carregamento, deverá conseguir 50% de bateria em cerca de 25 minutos, e 100% em cerca de 55 minutos.
Um dos pontos mais interessantes quando compramos um smartphone, é a qualidade fotográfica, e este S22 Ultra é um verdadeira especialista nessa área. Temos quatro sensores na traseira, em que o sensor principal é um sensor de 108MP com abertura f/1.8 com OIS, um sensor telefoto periscópio de 10MP, OIS e zoom óptico de 10X. Depois ainda temos um sensor telefoto de 10MP com OIS e zoom óptico de 3x e por fim um sensor ultra grande angular de 12MP com abertura f/2.2. Na frente temos um sensor de 40MP com abertura f/2.2. E sim leu bem, e eu não me enganei, três dos seus quatro sensores traseiros contam com estabilização óptica de imagem, e sinceramente não me lembro de ter testado um smartphone com 3 sensores estabilizados.
E quem segue as minhas análises sabe que eu tento não ficar muito hiperbólico, mas uma coisa é certa, esta lente com zoom 10x será algo, que a partir de agora que vou sentir falta, em todos os telefones que não a possuem. A maioria dos telefones com opções de lente ‘telefoto’ pairam entre os 2x e os 3x, o que já é bom, mas muitas vezes consegue obter fotos semelhantes apenas dando alguns passos mais perto do assunto. Mas com esta lente de 10x permite-nos tirar fotos que literalmente não conseguiria de outra forma. Sentar na bancada de um estádio de futebol e tirar fotos perfeitamente claras de todas as zonas do estádio, é algo que não se consegue em muitos smartphones, estamos a falar em distancias que chegam aos cem metros.
Mas não pense que apenas este sensor é bom, já que os outros também tiram fotos fantásticas, o sensor ultra grande angular usa a tecnologia Adaptive Pixel, da Samsung, para tirar fotos com o enorme sensor de alta resolução (108MP neste caso) e depois reduzi-las para 12MP para obter mais detalhes e melhor iluminação nas fotos. Até a câmara selfie é um exagero nos absurdos, 40MP, mas esse tipo de telefone é onde mora o absurdo. As suas selfies serão mais detalhadas do que nunca.
No geral, o Galaxy S22 Ultra tira excelentes fotos, com um bom trabalho de equilíbrio e nitidez. Os detalhes são muitos, e a colorimetria é respeitada, bem como o contraste. Seja sob luz solar directa ou quando as condições são menos claras, os resultados obtidos são de um modo geral, muito, mas mesmo muito bons. E o disparo é rápido o suficiente, oferecendo resultados nítidos mesmo com objectos em movimento.
Por fim, uma palavra sobre o vídeo deste Galaxy S22 Ultra, já que ele oferece uma boa experiência neste exercício. Com ele pode fazer gravações de até 8K a 24fps ou 4K a 60fps. Possui um modo “Super Steady”, um modo de câmara lenta (e super câmara lenta a 960 frames por segundo) e um modo de câmara rápida. Temos também alguns modos divertidos como o Single Take, que captura vídeo e pode extrair fotos dele adicionando filtros, ou o “Director’s View” que captura a parte de trás e a frente do telefone ao mesmo tempo. Um modo de vídeo profissional é adicionado a isso para trazer um pouco de subtileza nas configurações para especialistas, que não é o meu caso, e utilizadores mais experientes.
Por fim, não podia deixar de deixar algumas palavras sobre a S-Pen, que agora está totalmente integrada no equipamento, tornando-o num verdadeiro substituto do Galaxy Note. Confesso que com o meu estilo de utilização, a S-Pen não é uma grande mais valia, mas a ela conta com suporte para cada vez mais aplicações, e a empresa Sul Coreana reduziu ainda mais a sua latência para os 2,8ms, contra os 9ms da versão anterior.
Veredicto Final Samsung Galaxy S22 Ultra
Até nem parece meu, mas a verdade é que não tenho muitas falhas a apontar a este Galaxy S22 Ultra, e soa-me quase como um smartphone perfeito. Possui um belo ecrã, uma interface completa, um design que inspira confiança e um conjunto de sensores fotográficos de qualidade muito acima da média. No geral, este grande smartphone é provavelmente o melhor smartphone que viu a luz do dia em 2022.
A sua parte menos boa, provavelmente é o seu processador. Não é que ele seja mau, mas esperava um pouco mais deste Exynos 2200, principalmente em termos de gráficos já que foi feita uma parceria com a AMD.
Como tal, a minha nota para este Samsung Galaxy S22 Ultra é a mais alta que posso dar:
Se quiser, pode aceder à página oficial do Galaxy S22 Ultra no site da Samsung aqui.
Joel Pinto
Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.