Xiaomi e Tencent oficialmente acusadas de recolher ilegalmente dados pessoais sem autorização
20 Dezembro, 2019Já estamos mais que fartos de ouvir falar da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, principalmente sobre as várias acusações contra empresas chinesas, como a Huawei e a ZTE a serem os alvos principais. O que não é nada habitual, é ver a China atacar duas grandes empresas nacionais por práticas abusivas, sobre a recolha de dados dos utilizadores. A verdade é que o Ministério da Indústria, Informação e Tecnologia da China (MIIT) acaba de listar a Xiaomi e a Tencent numa lista de 41 empresas acusadas de recolher ilegalmente, dados pessoais.
Governo Chinês aponta o dedo à Xiaomi e à Tencent
No passado mês de Novembro, o governo Chinês anunciou uma campanha para combater violações de privacidade através de aplicações móveis. O MIIT ameaça colocar na lista negra, e suspender, a operação de aplicações não regulamentares. Essa agência é responsável pela condução das investigações, e de analisar especificamente aplicações com grandes bases de utilizadores.
Desde este anúncio, mais de 8.000 aplicações fizeram as alterações necessárias para cumprir durante uma “fase de auto-inspeção”. O MIIT ainda conseguiu identificar 41 aplicações problemáticas que ainda estavam a recolher dados ilegalmente. Algumas aplicações foram marcada por forçar a recolha de uma grande quantidade de dados pessoais, ou impedir que os utilizadores encerrem livremente as suas contas. E entre estas empresas, o governo acusa a Tencent, a editora do jogo PUBG Mobile, e a Xiaomi.
Com mais de 800 milhões de utilizadores, a Tencent QQ é o aplicação de mensagens instantâneas mais popular na China, logo depois do WeChat. A aplicação é acusada de obrigar os utilizadores a fornecer a sua localização, entre outras permissões, sem qualquer forma de controlo. Duas outras aplicações do grupo: QQ Reading e QQ Yuedu são acusadas de recolher dados pessoais discretamente. Essas informações também são partilhadas com empresas de terceiros.
O Xiaomi Finance, por outro lado, é a única aplicação da Xiaomi que não escapou das malhas do Governo. O MIIT critica a empresa por tornar extremamente difícil fechar as contas. Por outras palavras, os utilizadores geralmente resignam-se a manter a sua conta, contra a sua vontade. As duas empresas têm até 31 de Dezembro para cumprir os regulamentos de protecção de dados pessoais, sob pena de sofrer diversas sanções.
VIA
Joel Pinto
Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.