Playmobil: Lembram-se deles? Passam por maus momentos

Visto de fora, tudo parece estar a correr bem para a Playmobil, mas na realidade a fabricante alemã de brinquedos enfrenta sérias turbulências. Em primeiro lugar temos a situação económica: o volume de negócios caiu 4,3% entre 2021 e 2022, atingindo os 691 milhões de euros.

Vários fatores contribuíram para esta situação, começando obviamente pela inflação dos custos das matérias-primas, o aumento dos custos logísticos, a escassez de componentes eletrónicos e a saída do mercado russo em 2022 que representou uma quebra de 10 milhões de euros.

A crise sanitária afetou também a atividade dos parques de diversões da empresa, registando-se “consideráveis ​​perdas de receitas” conforme noticiado pela imprensa alemã no passado mês de março. A situação é tanto mais preocupante quanto os líderes da Playmobil antecipam uma nova quebra no seu volume de negócios em 2023. Esta previsão contrasta com o sucesso da concorrente Lego, que registou um aumento de 4% no seu lucro líquido em 2022.

Neste contexto económico difícil, surgiram tensões dentro da empresa. A revista alemã Manager Magazin revelou a existência de uma carta dos sindicatos a denunciar um “clima tóxico” instaurado pela direção, evocando “o medo e as humilhações” sofridas pelos quadros. Como resultado, o diretor-gerente Steffen Höpfner anunciou sua renúncia, que entrará em vigor já a partir do final do mês.

A situação foi agravada pelos esforços de reestruturação iniciados no início deste ano. A holding Horst Brandstatter, que supervisiona a Playmobil, chamou a consultora McKinsey para encontrar novas alavancas de crescimento e nomeou Bahri Kurter para liderar essa atividade. Alguns meses depois, os resultados parecem mais do que mistos.

Playmobil passa por momentos muito complicados

O futuro da Playmobil, fundada em 1974, está atualmente escrito em linhas pontilhadas. As tensões económicas e conflitos internos deixará um legado complicado para o sucessor de Steffen Höpfner, cuja identidade ainda não é conhecida. O novo chefe terá não só de restabelecer a confiança na equipa, como também encontrar soluções para corrigir a situação económica da empresa.

A marca inspira-se no Lego há algum tempo, com conjuntos licenciados para Naruto, Asterix, K2000 e Back to the Future. O suficiente para reposicionar a marca junto dos geeks e fãs destas franquias… mas não tanto como com a rival dinamarquesa, que continua a dirigir-se não só aos mais novos, mas também aos adultos com conjuntos espetaculares. Uma reinvenção suave que a Playmobil quis copiar, sem ter conseguido até agora encontrado a fórmula.