Linux deixará de utilizar os termos “Slave”, “Master” e “Black List”
13 Julho, 2020O engenheiro chefe do Kernel Linux, Linus Torvalds, aprovou alterações na documentação do código para promover uma escrita mais inclusiva. Os termos “slave” (escravo), “master” e “Black List” (lista negra) deixarão de ser utilizados, e agora resta encontrar alternativas unificadas.
A questão da linguagem, como órgão reprodutivo de concepções negativas, e preconceitos, sobre grupos de indivíduos, voltou ao centro das atenções em 2020. É uma extensão dos desfiles do movimento Black Lives Matter, nos Estados Unidos, e em todo o mundo, para protestar contra a violência policial e, de forma mais geral, contra a injustiça e o racismo. Rapidamente, vozes foram levantadas para recomendar mudanças na terminologia, quando possível.
A linguagem, se falamos da linguagem quotidiana, ou da linguagem técnica, são de facto construções de longo prazo. Eles estão necessariamente imersos na história, às vezes correndo o risco de recordar períodos de injustiça absoluta. Uma dessas injustiças muito prolíficas na língua dos países que participaram dela é precisamente a escravidão. E a nomenclatura de TI, herdada do inglês, está repleta desse tipo de referência.
Termos: Slave, Master e Black List deixarão de estar presentes na documentação do Linux
Dispositivo “master” vs dispositivo “slave”, “White List” vs “Black List”… essas referências de facto tornaram-se tão banais que não foram questionadas até agora. Isso sem levar em conta a vasta reflexão que surgiu de eventos recentes. Um número crescente de programadores está a pedir para que se use outros termos além dessas palavras relacionadas. O GitHub substituiu rapidamente parte de sua terminologia.
E hoje, Linus Torvalds, o engenheiro-chefe do kernel Linux, decidiu seguir o seu caminho. A futura documentação do kernel Linux será, portanto, isenta desses termos. Linus Tovalds e os outros engenheiros não recomendam uma alternativa unificada neste estágio.
Joel Pinto
Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.
