Kaspersky comenta a nova política de privacidade do WhatsApp

Kaspersky comenta a nova política de privacidade do WhatsApp

13 Janeiro, 2021 0 Por Joel Pinto

Há alguns dias revelamos aqui que o WhatsApp mudou os seus termos, e a sua politica de privacidade, de modo a que possa partilhar informações com o Facebook. Acontece, que os utilizadores, mesmos os antigos, são forçados a aceitar os termos, e caso não o façam, simplesmente não poderão utilizar a aplicação de mensagens.

Essa nova política de privacidade do WhatsApp preocupa quer utilizadores, como empresas. Apesar dos esclarecimento feito pela empresa, a verdade é que nem tudo foi dito, e a desconfiança em torno da aplicação, está cada vez mais presente.

Agora, Anna Larkina, uma investigadora da Kaspersky comentou a situação:

“Nada é inteiramente gratuito e, infelizmente, o atual modelo de negócio para serviços gratuitos significa que o pagamento é feito com os nossos dados. As redes sociais, alguns messengers e ferramentas de pesquisa realizam dinheiro através da publicidade e, quanto mais personalizada esta for, melhor. De facto, ao longo dos últimos anos, o Facebook e outras empresas têm vindo a fazer isto através dos seus serviços.

As boas notícias são que 1) a maioria das empresas, incluindo o Facebook, são transparentes em relação às suas políticas e 2) o WhatsApp não “lê” as nossas conversas, uma vez que inclui uma encriptação ponto a ponto (end-to-end). O que eles monitorizam é a informação técnica e da conta.

No futuro, a integração entre o Facebook e o WhatsApp irá apenas continuar a aumentar e os utilizadores vão ter que decidir o nível de informação que se sentem confortáveis e querem partilhar, tal como que aplicações de conversação preferem. Felizmente, existe uma variedade de alternativas no que diz respeito a plataformas de messaging e os utilizadores atuais podem decidir o que é funciona melhor para si próprios”.

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Kaspersky comenta a nova política de privacidade do WhatsApp

Convidado a comentar a situação, Victor Chebyshev, ​investigador de ameaças mobile da Kaspersky, diz:

“Hoje em dia, a maioria das apps de messaging são relativamente seguras, uma vez que encriptam as mensagens quando são enviadas. Em sistemas iOS, este procedimento torna as aplicações de confiança. Contudo, vale a pena relembrar que os utilizadores podem enfrentar um ataque no seu dispositivo, ou uma tentativa para infetá-lo por parte de cibercriminosos. É por isso que, em Android, a situação é um pouco diferente, uma vez que, por exemplo, há um Serviço de Acessibilidade integrado. Aliás, os atacantes já exploraram as capacidades deste serviço com o objetivo de recolher dados de utilizadores. Em particular, no último ano, descobrimos stalkerware que podia receber o texto de mensagens recebidas e enviadas de messengers instantâneos, utilizando esta funcionalidade padrão.

Desta forma, de modo a protegerem os seus dados, recomendamos aos utilizadores de dispositivos móveis os seguintes conselhos:

  • Não realizar download de messengers ou outros programas de fontes não oficiais. Utilizar apenas aplicações de lojas oficiais. 
  • Manterem-se informados sobre o acordo de licença de utilizador, se possível. Existem situações em que os programadores da app informam abertamente sobre a possibilidade de poderem vir a partilhar as informações dos utilizadores com terceiros. 
  • Não clicar em links suspeitos em mensagens, mesmo se forem enviados por pessoas conhecidas. 
  • Quando possível, utilizar soluções de segurança nos seus dispositivos móveis. 
  • Ter em atenção quais são as permissões requeridas pelas aplicações que descarrega. Se a permissão requerida não for necessária para o funcionamento completo da aplicação, então existe motivo para sermos cautelosos. Por exemplo, a app Flashlight claramente não necessita de acesso ao seu microfone.

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Joel Pinto

Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.