Huawei volta a ganhar terreno: Estará a gigante de volta?

A Huawei anunciou um aumento significativo na sua faturação referente ao ano de 2023, graças à diversificação da fabricante chinesa que mais uma vez teve que enfrentar as muitas sanções americanas.

Faturação da Huawei cresce 9% em 2023

Entre janeiro e dezembro de 2023, a Huawei alcançou um volume de negócios anual superior a 700 mil milhões de yuans (88,9 mil milhões de euros), indicado numa mensagem de Véspera de Ano Novo pelo presidente do grupo, Ken Hu. Isto corresponde a um aumento de quase 9% em apenas um ano.

A Huawei é uma empresa privada não listada em bolsa de valores. Portanto, não está sujeito às mesmas obrigações que outros grupos de publicar resultados detalhados. Este desempenho, no entanto, continua muito inferior ao de 2020 (891,4 mil milhões de yuan). No ano seguinte, a Huawei anunciou uma queda acentuada no seu volume de negócios (-29%) devido às sanções americanas.

O grupo está há vários anos no centro de uma intensa rivalidade tecnológica entre a China e os Estados Unidos. Os Estados Unidos, sem fornecer provas, acusa a empresa de espionar em benefício das autoridades chinesas, o que naturalmente a Huawei contesta veementemente.

Desde 2019, as sanções dos EUA isolaram a empresa das cadeias de abastecimento globais de tecnologias e componentes americanos. As sanções dos EUA forçaram a empresa a concentrar-se novamente em setores como software, dispositivos conectados e TI empresarial.

“Depois de anos de trabalho árduo, conseguimos resistir à tempestade”, disse Ken Hu, saudando o facto de a Huawei ter “quase” recuperado. Neste verão, a marca revelou Mate 60 Pro, um smartphone topo de gama, cujo lançamento questiona a eficácia das sanções americanas.

Presença significativa no 5G

Até ao momento, a Huawei continua a ser a fabricante líder mundial de equipamentos para 5G. Mas os Estados Unidos estão a tentar convencer os seus aliados a banir a empresa das suas redes 5G, acreditando que a China poderia usar os produtos do grupo para monitorizar as comunicações e o tráfego de dados de um país.

Em Junho, a Comissão Europeia estimou que os fornecedores chineses de equipamentos de telecomunicações, incluindo a Huawei e a ZTE, representavam um risco de segurança para a UE. O Comissário do Mercado Interno, Thierry Breton, apelou aos 27 países membros, e aos operadores, para que excluam estes equipamentos das suas redes móveis.