China começa testes piloto com a caneta conectada para espiar os alunos
29 Agosto, 2022O governo chinês faz tudo para ter todo o poder do seu lado, e consegue justificar as suas tentativas de controlo da população com explicações que combinam defesa do interesse geral e a “higiene pessoal”.
No passado já foi implementado o reconhecimento facial nas grandes cidades, o controlo do tempo gasto em frente aos videojogos, cartão de identificação com pontos (como a carta de condução), e tudo está pronto para enquadrar a sociedade como um todo.
Agora, também será necessário ter em conta a caneta conectada que monitoriza a actividade dos alunos. Assim, numa escola em Hainan, na China, todos os alunos do ensino médio são obrigados a utilizar uma caneta conectada fornecida pela escola. O objectivo? Segundo eles dizem, trata-se de um programa piloto que visa monitorizar as actividades dos alunos para melhorar o ritmo, e o conteúdo das aulas.
Em detalhe, as canetas estão equipadas com sensores e microcâmaras que permitem determinar o estado emocional dos alunos (após analisar os movimentos do seu rosto). A caneta conectada também é capaz de medir o tempo de trabalho e registar tudo o que o aluno escreve num base de dados localizado na nuvem. Aliás, a caneta pode ser usada como meio de gravação para os trabalhos de casa.
A caneta conectada é uma nova forma de espionagem do governo Chinês
O Ministério da Educação da China explica que se trata sobretudo de optimizar a gestão do trabalho em casa, sabendo que o sistema deverá ser alargado à generalidade das escolas a partir do início do próximo ano lectivo. Apesar dessas justificações, a iniciativa está longe de ser unânime, com muitos a acreditar que o governo chinês está a utilizar falsos pretextos para habituar os cidadãos a um controlo social cada vez maior, a começar pelos estudos.
Joel Pinto
Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.