Análise Xiaomi Pad 5: Um tablet de verdade

Análise Xiaomi Pad 5: Um tablet de verdade

8 Fevereiro, 2022 0 Por Joel Pinto

Há muito tempo que não testava um tablet, e a razão era apenas uma: o mundo dos tablets estava a desabar, e não tivesse sido a pandemia, e actualmente no mercado apenas contávamos com os tablets da Apple. Mas felizmente as fabricantes perceberam que o mercado ainda precisa deles, e voltou a apostar nos mesmos. E uma das empresas a apostar nesse segmento é a Xiaomi, que em Setembro do ano passado anunciou o Xiaomi Pad 5, um tablet... digno dessa nome.

Não há outra forma de o dizer, este Xiaomi Pad 5 é provavelmente o melhor tablet que alguma vez tive a oportunidade de testar. Mas vamos falar um pouco mais dos seus detalhes técnicos para perceber o porque desta minha afirmação.

Em termos de design, as imagens que ilustram este artigo falam por si, trata-se de um dispositivo com um acabamento liso e polido, e que conta com apenas 6,9mm de espessura e 511 gramas. O modelo que recebemos para teste é na cor Pearl White, e afirmo já que gosto muito. Apesar da sua traseira ser em plástico, não fica com a marca das impressões digitais, e o toque é realmente muito premium. Já o seu chassi é totalmente em liga de alumínio.

E como os olhos são os primeiros a comer, o seu ecrã é belíssimo. O ecrã do Xiaomi Pad 5 é composto por um painel IPS LCD de 11 polegadas com a resolução WQHD+, com 2560x1600 pixeis, e com uma taxa de refrescamento de 120Hz. Ele conta com suporte DCI-P3 e Dolby Vision, e com uma tecnologia que reduz significativamente a emissão de luz azul. É um ecrã muito agradável de usar, com cores vibrantes e óptimos ângulos de visão. Não é o melhor ecrã que podemos ter num tablet, mas para um tablet desta faixa de preço, dificilmente encontraremos melhor (que seria com ecrã AMOLED).

Xiaomi Pad 5

No seu interior temos um chip da Qualcomm, o Snapdragon 860, e o modelo que recebemos conta com 6GB de RAM LPDDR4X e 128GB de armazenamento interno UFS 3.1. Este chip conta com um processador Octa-Core que opera no máximo a 2,96Ghz e para o gráficos temos o Adreno 640. Mais uma vez, não é o melhor chip que podemos ter num tablet Android, mas é garantidamente suficiente para tudo o que queira fazer no mesmo. Esta processador foi uma escolha muito inteligente da Xiaomi, que conseguiu escolher um chip de alto desempenho, com um preço mais ajustado. Essencialmente, significa que com ele obtém o que precisa para facilitar a maioria das tarefas diárias, e isso inclui a capacidade de jogar até mesmo aqueles jogos mais exigentes, com configurações decentes.

Jogos mais exigentes como o PUBG Mobile, Fortnite, Call of Duty Mobile, e muitos outros, podem ser jogado sem qualquer dificuldade, e o seu ecrã que permite taxas de refrescamento de 120Hz, torna tudo espectacularmente lindo. Redes sociais, e outras aplicações, são executadas sem qualquer dificuldade.

Como sempre, deixo aqui a pontuação na plataforma do Antutu para que sirva de referencia:

E como se trata de um tablet, a Xiaomi não deu grande destaque ao sector fotográfico do Pad 5, mas isso não significa que este tablet não conte com bons sensores fotográficos. A mais importante nos tablets é a câmara frontal, que aqui temos um sensor de 8MP com abertura f/2.0, e que me parece ser o elo mais fraco deste equipamento... que é uma pena. Ele fará excelentemente o seu trabalho em chamadas de vídeo, mas a qualidade da imagem não acompanha a qualidade deste equipamento, e tudo graças à sua baixa resolução. Em condições em que a luminosidade não é suficiente, a qualidade tende a cair significativamente. Já na traseira temos um sensor de 13MP com abertura f/2.0, que é muito melhor que o sensor frontal, mas que provavelmente pouco uso dará ao mesmo. Se precisar de tirar fotos com o tablet, isso pode capturar algumas fotos surpreendentemente sólidas com cores vibrantes e com bons detalhes, mesmo em condições com pouca luz, embora não seja projectado para verdadeira fotografia nocturna. Já na gravação de vídeo, ele pode chegar aos 4K a 30fps.

Uma das maiores preocupações de quem compra um tablet, tal como com um smartphone, está directamente associado à sua autonomia. Este Xiaomi Pad 5 conta com uma bateria de 8720mAh. Ele promete durar vários dias de utilização, mesmo em condições de uso exigentes. Posso garantir que joguei Call of Duty Mobile durante mais de 4 horas e meia com apenas uma carga, que é excelente.

Quando o assunto é recarregamento, ele pode ser feito através da sua porta USB-C que temos na parte inferior do tablet. A fabricante anuncia suporte para o carregamento de 33W, mas sua caixa apenas temos um carregador de 22,5W, que permite o carregamento dos 15 aos 45% em cerca de 30 minutos, e o carregamento completo é feito em quase 2 horas. Se tiver um carregador mais potente, por exemplo, do seu smartphone, poderá usa-lo e carregar o tablet em até 33W, que reduzirá os tempos de carregamento. Utilizei o carregador de um Xiaomi 11T Pro, e consegui 50% de carga em apenas 40 minutos.. que a meu ver é bom.

Outro dos pontos de destaque deste Xiaomi Pad 5 é o seu som, e antes que procure pela resposta, ele não tem porta de 3,5mm para os fones de ouvido, pelo que terá de usar os mesmos pela porta USB ou pelo Bluetooth, que aqui é a versão 5.0. No entanto, o grande destaque vai para os seus 4 altifalantes, que têm um som claro e envolvente, apesar de alguma falta de graves. Mas ainda assim, a Xiaomi conseguiu fazer um excelente trabalho nesta área.

Não podia acabar esta análise se falar da vertente de software. E nunca escondi que não sou o maior fã da MIUI, mas que admito que é uma das mais completas interfaces Android do mercado. Aqui temos o MIUI 12.5, que ainda é baseado no Android 11, e conta com o patch de segurança referente ao mês de Outubro de 2021.

Esta MIUI recebeu pequenos ajustes para se adequar ao formato do Xiaomi Pad 5, e de outra forma, é uma experiência familiar para quem usa, ou usou, um telefone da Xiaomi. De um modo geral, esta interface foi estendida para caber no ecrã maior deste tablet, mas alguns elementos ainda parecem incompletos. O melhor exemplo disso é o ecrã inicial, que tem muito espaço morto e apenas linhas limitadas onde pode realmente colocar ícones, ou widgets de aplicações. O resultado é que tudo parece um pouco espalhado, quer goste ou não, e na verdade não há muito espaço útil. Mas em termos de resposta, é muito rápido e fluido, e conta com funcionalidade que o colocam bem acima da versão padrão do Android 11.

Xiaomi Pad 5

Veredicto Final Xiaomi Pad 5

Do lado do hardware estamos perante algo verdadeiramente impressionante, com um design bonito, acabamento premium, e acima de tudo muito funcional. Bom ecrã, bom processador, boa capacidade de armazenamento e de memoria RAM. Apenas o sensor frontal não acompanha o resto do hardware do Xiaomi Pad 5. A bateria é excelente e os seus altifalantes conseguem envolver os utilizadores quando consomem conteúdo multimédia.

Do lado do software, é o típico tablet Android, e a culpa nem é da Xiaomi, já que a Google nunca trabalhou bem o seu sistema operativo para melhor se adaptar aos tablets. Tenho esperanças que isso mude com o Android 12L, já que é um sistema operativo destinado a este tipo de dispositivo.

No geral, é um tablet que adorei usar, e certamente o melhor tablet Android que alguma vez utilizei. Tendo em conta que o seu preço ronda dos 400 euros, e esse é um valor que me parece justo, por isso, dou-lhe a segunda nota mais alta que podemos dar:

Queria deixar a nota de que o Xiaomi Pad 5 conta com suporte para a Xiaomi Smart Pen, que é vendida separadamente. Esta Smart Pen tem algumas funcionalidades convenientes, como teclas de função da Smart Pen para fazer anotações rapidamente, fazer capturas de ecrã ou alternar facilmente entre a caneta e o apagador. A mesma foi-me disponibilizada ao mesmo tempo que o tablet, e por algum motivo (talvez avaria da mesma) não a consegui utilizar. O próprio tablet tem um zona magnética para acoplar a mesma, mas mesmo após diversas horas ai ligada, não a consegui meter a funcionar.

Xiaomi Pad 5

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Joel Pinto

Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.