Análise Huawei MatePad Pro – Assim vale a pena ter um tablet Android

Análise Huawei MatePad Pro – Assim vale a pena ter um tablet Android

26 Agosto, 2020 0 Por Joel Pinto

Não existe outra forma de o dizer, tirando raras exceções, os tablets Android não têm qualquer interesse. Fazendo algum esforço para nos lembrarmos de um bom tablet com o sistema operativo Android, e até agora tínhamos alguns da Samsung… e nada mais. No entanto, a Huawei lançou recentemente o seu MatePad Pro, que para muitos é um “iPad Killer”, mas será que é bem assim? Será que a Huawei conseguiu fazer um bom tablet Android? É isso que vamos tentar explicar nesta nossa análise.

O que vamos ficar a conhecer nesta análise?

Design e Ecrã

A Huawei não brinca em serviço, e utilizou um metal muito leve para o acabamento deste tablet, e isso torna-o num tablet elegante, confortável, leve e durável.

Visualmente, este MatePad é muito agradável, o seu ecrã domina quase todo o painel frontal, e é apenas cercado por margens muito finas, e temos um pequeno orifício para câmara frontal no canto superior esquerdo.

A estrutura é de aço e muito durável. Nas extremidades mais curtas, temos quatro altifalantes (dois em cada lado) da Harman Kardon, e no lado esquerdo do equipamento temos um botão Power. Já no lado direito temos uma porta USB Tipo C para carregar, e transferência de conteúdo para um laptop. O lado superior mais longo possui botões de volume e quatro orifícios para o microfone.
Na parte inferior, temos um íman forte, mas invisível. Com ele, podemos ligar um teclado ao tablet. A propósito, existe um íman semelhante na extremidade oposta, para prender a caneta.

A Huawei conhece as tendências modernas, então o painel traseiro é feito de alumínio, o que combina com o resto do design. E essa cor azul escura é realmente muito interessante.

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A “ilha saliente” que aloja a câmara principal pode estragar um pouco o seu design, mas compensa com aquilo que oferece (falaremos dela mais adiante). O tablet fica estável numa superfície plana e, com o teclado ligado, a câmara fica quase invisível.

O seu ecrã tem 10,8 polegadas, com o formato 16:10 e a resolução de 2560 x 1600 pixeis. Apesar das minhas preocupações iniciais, o dispositivo é muito confiável nas minhas mãos. As margens arredondadas melhoram a ergonomia e raramente tive casos de toques acidentais. Além disso, as margens arredondadas, e o peso relativamente leve (cerca de 460 g) significam que, em casos extremos, MatePad Pro pode ser facilmente seguro com apenas uma mão.

MatePad Pro
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E tal como já tinha referido ele conta com um ecrã de 10,8 polegadas, que misturado com a resolução, dá-lhe uma densidade de pixeis por polegada de 338, que é algo interessante para um tablet com esta dimensão.

Estamos perante um ecrã LCD, que como deve imaginar não oferece a mesma qualidade de imagem de um ecrã AMOLED, mas ainda assim estamos perante um excelente ecrã. O seu brilho máximo é de 540 nits, e o contraste é de 1500: 1, que é um valor bastante decente para um painel LCD. Alem disso ele tem a capacidade de reproduzir cores na faixa DCI-P3, o que deve ser adequado para aqueles utilizadores que trabalham com imagens. Os ângulos de visão são bons, as cores parecem ótimas.

Fotografia

Os tablets ainda não conseguem ter o mesmo tratamento dos smartphones, neste campo. Ainda assim, em termos de sensores, este tablet está muito bem equipado. Na parte traseira temos uma câmara de 13 megapixeis com abertura f/1.8, foco automático e modo HDR, embora não seja automático, que é acompanhado por um flash LED bastante forte.

As fotos tiradas à luz do dia são excelentes, e com bons detalhes. Isso deve-se ao bom modo automático, que controla habilmente o equilíbrio do branco, o contraste e a nitidez. É importante notar que as cores nas fotos são delicadamente melhoradas através de software. Não sou grande fan destes melhoramentos, mas certamente haverão os utilizadores que gostam do mesmo.

MatePad Pro
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No entanto, as fotos tirada em zonas com menos iluminação, já não são tão boas. O detalhe tende a desaparecer, o ruído a aparecer, mas ainda assim consegue fotos decentes.
O vídeo é gravado com resolução máxima de 4K a 30 frames por segundo, e também há suporte para resolução FullHD a 30 e 60fps.

Em termos gerais, o foco automático funciona bem desde que tenhamos boas condições de luz, caso contrário, torna-se quase inútil.

Na frente temos um sensor de 8MP com abertura f/2.0. Mais uma vez, ele conta com o modo de embelezamento activo por padrão, que não é do meu agrado, mas poderá ser facilmente desligado.
Em termos de qualidade deste sensor… se for para vídeochamadas, e fotos rápidas para usar nas redes sociais (desde que não seja exigente), ele serve… se quer algo com detalhe, o melhor deverá ser utilizar a câmara do seu smartphone.

Software

Huawei MatePad Pro executa a EMUI 10.1, e é o primeiro tablet Android que utilizo sem os serviços da Google. E tal como acontece nos smartphones da empresa, aqui a Huawei disponibilizou os Huawei Mobile Services (HMS), no qual a AppGallery faz parte.

É importante notar que a AppGallery está a crescer, no entanto, ainda carece de muitas das aplicações que a maioria dos utilizador usa. Felizmente o problema pode ser minimizado, por exemplo, pode transferir muitas aplicações de qualquer dispositivo, graças a uma aplicação “especial” chamada de Phone Clone.

MatePad Pro
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A Huawei também equipou este tablet com um motor de busca MoreApps, graças ao qual pode lidar com algumas das deficiências instalando ficheiros APK descarregados diretamente de sites, ou de lojas alternativas. Não é a solução ideal, mas é uma boa alternativa.

Ainda acho que sem os serviços da Google é bem possível viver com conforto, mas custa a habituar. Durante o teste do Huawei MatePad Pro não senti qualquer desconforto associado à falta de serviços do Google. No entanto, em muitas situações vi-me forçado a utilizar o meu smartphone para complementar algumas situações que me faziam falta, por exemplo, com o Google Maps, que não tem um concorrente há altura.

Desempenho

Em termos de hardware, o Huawei MatePad Pro está equipado com o HiSilicon Kirin 990, um chip fabricado no processo de 7nm+. Ele conta com um processador de oito núcleos (2 x 2,86 GHz Cortex-A76 + 2 x 2,09 GHz Cortex-A76 + 4 x 1,86 GHz Cortex-A55) e um GPU Mali-G76 MP16 com 16 núcleos.
Além disso, ele conta com 6 ou 8GB LPDDR4x RAM e 128, ou 256GB, de armazenamento interno UFS 3.0, que pode ser expandido usando um cartão  Huawei Nano Memory Card de até 256GB.

Em termos de dinamismo, desempenho ou eficiência energética, não há como reclamar deste MatePad Pro. No mundo dos dispositivos Android, esta é uma das configurações mais eficientes que podemos encontrar. O tablet funciona tão rápido como os smartphones mais rápidos do mercado, e com suporte a multitarefa, jogos pesados, incluindo aqueles mais exigentes, sem nunca vacilar.

Penso que na questão do desempenho nem vale a pena alongar-me muito. Ele é tem tudo aquilo que um tablet precisa, e fazê-lo falhar é a tarefa mais complicada.

Autonomia

Apesar do corpo super elegante, o MatePad Pro no seu interior tem uma bateria de 7250mAh, que num uso normal, uma carga pode durar até três dias de trabalho. Com uso intensivo do tablet deverá ter de carregar o mesmo todos os dias. Claro, o tempo de trabalho também é afetado pela configuração de brilho, mas em condições normais, conseguimos ter 8 horas de ecrã com apenas uma carga, que é excelente.

Alem disso, este é o primeiro tablet da Huawei que suporta carregamento sem fio (15 W) e carregamento reverso de até 7,5 watts. O dispositivo também suporta carregamento com fio de 20W. Em meia hora consegui carregar o tablet dos 15% aos 38%, o que é muito bom para aparelhos desse tipo. Uma carga completa, dos 15 aos 100% leva pouco mais de 2 horas.

Veredicto final Huawei MatePad Pro

Por um lado, Huawei MatePad Pro é um óptimo tablet com ênfase em design moderno e componentes eficazes. É um tablet multimédia quase perfeito, o que é bom tanto para trabalho como para entretenimento.

No entanto, ele conta com alguns pontos menos positivos, e como são poucos, vou começar pelos mesmos. Pode parecer repetitivo, mas é uma verdade que não pode ser escondido, a falta dos serviços da Google são o calcanhar de Aquiles para a Huawei, e este tablet leva por tabela. É verdade que existem aplicações alternativas a quase todas as aplicações da Google, na AppGallary, mas se o teu smartphone utilizar os serviços Google, não vais conseguir sincronizar a tua informação entre os 2 dispositivos. Os serviços da Google estão enraizados no Ocidente, qualquer pessoa utiliza os mesmos sem grande dificuldade, e com muita frequência. A sua ausência é notada, menos para os utilizadores um pouco mais experientes, mas é muito complicado para aqueles com pouca experiência.

Huawei MatePad Pro

No entanto, é-me fácil afirmar que este Huawei MatePad Pro é o melhor tablet Android que alguma vez utilizei. O seu hardware e o sistema operativo funcionam em perfeita harmonia, e tudo flui muito bem.

Desde ao seu acabamento, ecrã, e fluidez, este é quase um tablet perfeito para os dias de hoje. Ele vale cada centavo que a Huawei pede por ele.

Joel Pinto

Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.