Análise Galaxy Fold: O Primeiro smartphone com ecrã flexível da Samsung

Análise Galaxy Fold: O Primeiro smartphone com ecrã flexível da Samsung

18 Março, 2020 0 Por Joel Pinto

O titulo deste artigo não deixa muita margem para duvidas, trata-se da análise aquele que foi o primeiro smartphone com um ecrã flexível da fabricante Sul Coreana, o Samsung Galaxy Fold.

Estou a utilizar o equipamento diariamente há algum tempo, e agora posso deixar a minha opinião, um pouco mais detalhada, sobre este equipamento, que em termos de especificações técnicas, é "similar" ao Galaxy S10 +, mas com um ecrã dobrável, e um ecrã externo. No entanto, ao contrário do Galaxy S10, o Galaxy Fold conta com um Qualcomm Snapdragon 855. Mas abordaremos todos os detalhes um pouco mais abaixo.

Design

Escusado será dizer que a Samsung inovou com o lançamento deste smartphone. Com toda a honestidade, nos últimos anos, estava a começar a ficar cansado porque os smartphones eram limitados a um ecrã, e com acabamento em alumínio ou em vidro. Basicamente eram todos muito semelhantes. Agora temos um design que lembra telefones flip, mini-computadores, ou o Nokia Communicator, que alguns de vós se devem lembrar.

E quando falei em inovação, é porque ao abrir o Samsung Galaxy Fold, não temos um teclado de um lado e um ecrã do outro, mas sim uma ecrã flexível, e isso quando o equipamento foi lançado, uma grande novidade no mercado. Se alguns não vêem o interesse de um ecrã dobrável, por diversos motivos, há algo que não nos podemos esquecer, o facto de que já fazia algum tempo que não haviam mudanças significativas no mundo dos smartphones. Não se deve esquecer que o Galaxy Fold é apenas o primeiro smartphone deste novo género (o Galaxy Z Flip já foi lançado e que é mais ou menos com o mesmo conceito), mas o grande responsável pela sua existência, é o Fold.

Quando fechado, o nível de acabamento é excelente, um acabamento em vidro. No entanto, nesse estado ele tem 17mm de espessura, que é a meu ver o ponto mais negativo deste equipamento. É demasiado "grosso" para meter no bolso das calças. Quando desdobrado, aí são 6,9 mm de espessura. Não nos podemos esquecer que esta é uma primeira geração deste tipo de smartphones, e que o futuro reduzirá a espessura geral, e já a começar pelo Galaxy Z Flip. No entanto, fique já com um dado bem assente: se é utilizador que habitualmente transporta o telefone no bolso das calças, então o Galaxy Fold não é para si. É que alem de ter uma grossura equivalente a de 2 smartphones, ele pesa 263g, que de facto não é pesado se tivermos em comparação um tablet... mas 263g no bolso das calças não dá mesmo muito jeito.

Como deve imaginar este Galaxy Fold não tem o seu sensor de impressão digital no ecrã, tem sim um sensor físico que está localizado por baixo do botão Power.

Aberto este smartphone é um verdadeiro tablet, mas um tablet de topo e com uma qualidade até hoje não atingida.

Ecrã

Intitulei esta secção de ecrã, mas deveria ter intitulado de ecrãs, já que ele tem mais do que um ecrã, e este é o ponto chave deste smartphone. E vamos começar por falar no ecrã externo. Ele conta com 4,6 polegadas e tem o formato 21: 9. É muito mais pequeno do que estamos habituados, mas posso-vos garantir que é mais do que suficiente para notificações ou mesmo para algumas consultas. No entanto, para digitar texto ou outros assunto, ele é realmente pequeno demais.

Quanto ao ecrã interno, ele tem o formato 4: 3 e tem quase o mesmo tamanho de um ecrã do iPad Mini. Se o ganho não for necessariamente sentido em conteúdo multimédia, como vídeos, esse formato facilita, e muito, a leitura. É quase como se tivéssemos um tablet mas com uma área de smartphone.

A dobra deste ecrã é feita no meio da mesma, e quase invisível, no entanto, fisicamente conseguimos sentir a mesma quando passamos o dedo no ecrã. Agora, para ser sincero, quando estamos de frente para o ecrã, essa dobra mal se vê, só sabendo que ela existe é que vai dar conta.

Mas em termos de qualidade, os dois ecrãs são realmente muito bons. Apesar de o ecrã externo não ser um luxo, já que não passa de um ecrã "banal", o ecrã interno com seu painel mais fino e as suas múltiplas camadas de plástico, torna-o realmente muito interessante. Ele conta com suporte para a tecnologia HDR10 +, e apesar da sua definição não ser tão boa como num Galaxy S10, a sua qualidade é muito satisfatória para uma primeira geração de ecrãs AMOLED flexível. Os pretos são muito profundos e as cores são contrastadas, os ângulos de visão são bons e não tive problemas com a visibilidade sob luz solar directa, e isso mais uma vez demonstra que a Samsung é um líder indiscutível no fabrico de ecrãs AMOLED.

Som

Má noticia para os fãs dos fones de ouvido com fio, ou pelo menos para alguns. Sim, este Samsung Galaxy Fold não tem a famosa porta de 3,5mm para os fones de ouvido, e é por esse motivo que a Samsung "oferece" uns Galaxy Buds na caixa do Fold. Posso-vos já adiantar que esse fones de ouvido são muito práticos, mas vou deixar a análise dos mesmos para um pouco mais tarde, já que neste momento encontro-me a testar tanto os Galaxy Buds, como os mais recentes Galaxy Buds+.

Samsung Galaxy Fold

Mas voltando ao som, é que além do suporte ao Dolby Atmos, o Galaxy Fold conta com dois altifalantes que provaram ser mais poderosos do que aqueles que são oferecidos na série Galaxy S10, que só por si já são muito poderosos.

Software

Tal como já tinha referido anteriormente, em termos de software, este é um Galaxy S10 mas com um ecrã grande. Sim ele conta com a OneUI. Só que existe aqui uma diferença, é que no momento em que estou a escrever este artigo, o Galaxy Fold ainda se encontra com a One UI 1.5, que é baseada no Android 9.0 Pie e com patch de segurança de Novembro de 2019, e a serie Galaxy S10 já está no One UI 2.0 que é baseada no Android 10, e com o patch de segurança de Março de 2020. Acredito que a Samsung já esteja a trabalhar na atualização para o mesmo, mas neste momento está como referi anteriormente.

Em termos práticos pouco muito, e com o Fold conseguimos ter 3 aplicações abertas em simultâneo no ecrã, que é excelente. Outro ponto muito interessante, que nunca tinha experimentado em qualquer smartphone, é a tecnologia Continuity, da Google. Imagine-se que está com o telefone fechado, e a consultar o email no ecrã externo, se abrir o telefone, o que estava a fazer no ecrã pequeno "salta de imediato" para o ecrã principal. Algo realmente muito útil.

No entanto, o contrário pode ser feito, mas tem de activar a funcionalidade nas definições do sistema. Isso acontece, porque o Android parte do principio que quando fecha o smartphone, o deixou de utilizar, e essa é uma medida para poupar a bateria do equipamento.

Desempenho

Nem aqui este smartphone vacila. Estamos a falar de um smartphone com o poderoso Snapdragon 855 com 12GB de RAM. Ou seja a mesma combinação que tem, por exemplo, o Galaxy S20 Plus no mercado Norte Americano. Como deve ter imaginado, não deixei de experimentar aqueles jogos que mais gosto de jogar no smartphone (no pouco tempo de sobra), e jogos como Fortnite, Call of Duty Mobile ou PUBG Mobile foram amplamente testados. E posso-vos garantir que não há muito a dizer, excepto que é tudo perfeitamente fluido, e com uma qualidade que nunca tinha visto. O seu ecrã 4:3 permite que  tenhamos os controlos virtuais que não ocultam o jogo, e em jogos como o PUBG o difícil vai ser voltar a jogar num smartphone comum.

Nada que fizesse neste smartphone, fez com que ele vacilasse... mas nada mesmo. Como sempre, fiz o teste do Antutu para servir de referencia, e aqui fica o mesmo:

Realmente, este Fold é um verdadeiro topo de gama, o desempenho fala por si.

Bateria

Face aos 2 ecrãs, e sobretudo por causa do ecrã principal deste Galaxy Fold, o maior receio que tinha sobre este smartphone, era para tentar perceber se a sua bateria de 4380mAh seria suficiente para um dia inteiro de uso. E pelos vistos conseguiu superar em muito a minha expectativa. Em todo o tempo que usei o telefone, e mesmo nos dias mais intensos, o telefone nunca ficou sequer perto de ficar sem bateria. Ou seja, é mais do que suficiente até para aqueles que utilizam mais intensamente o equipamento.

Alem disso, o telefone conta com suporte para o carregamento rápido, bem como carregamento sem fio compatível com Qi e PMA (PowerMat). Mas isso não é tudo, já que também temos direito ao carregamento reverso. Alem disso, o carregamento reverso sem fio está presente, que é realmente muito útil, por exemplo para fazer o carregamento dos Galaxy Buds.

Ou seja, vem com tudo o que um verdadeiro topo de gama tem de ter, não lhe falta rigorosamente nada. O carregamento da bateria, com o carregador que vem na caixa, que tem 15W, carrega a bateria (dos 10 aos 100%) em pouco mais de 1 hora, que a meu ver já é muito bom.

Fotografia

O Galaxy Fold conta com 3 sensores fotográficos na parte traseira, em que a câmara principal conta com um sensor de 12 megapixeis e é um sensor ulta grande angular (FOV de 123 ° e abertura f/2.2) que é acompanhada por um sensor de 16 megapixeis, e o terceiro é um sensor telefoto x2 (abertura f/2.4 e FOV de 45 °) com 12 megapixeis. Na parte frontal do ecrã interno temos direito a uma câmara grande angular com sensor de 10 megapixels, foco automático Dual Pixel e gravação de vídeo em UltraHD, que é acompanhado por um segundo sensor de 8 megapixeis com abertura f/1.9 que será usada principalmente no modo Retrato e no cálculo de profundidade. E, finalmente, ao lado do ecrã externo, encontramos um sensor igual ao encontrado no ecrã interno (mas sem o segundo sensor).

Como em todos os topos de gama, as câmaras deste smartphone não lhe vão deixar mal, seja em que condições forem. No entanto, apesar de o Galaxy Fold contar com o modo noturno para tirar fotos em condições de pouca luz, não parece ser tão eficiente como aquele que temos, por exemplo, no Galaxy S10.
A Sul Coreana favorece cores próximas da realidade com uma boa renderização dos detalhes, e mesmo que o modo noturno não pareça o mesmo, o conjunto permanece brilhante. O reconhecimento de cenas funciona muito bem, e oferece mais alguns detalhes na ausência de mais luz. Posso afirmar que este Galaxy Fold oferece acima de tudo resultados muito homogéneos, independentemente da distância focal usada. Na parte onde verifiquei que este telefone tem algumas dificuldade, é nas fotos em que temos de utilizar algum zoom. Aí falha mesmo.

Em relação ao vídeo, o Samsung Galaxy Fold é um dos melhores telefones que já testei para vídeo. A estabilização funciona muito bem e temos o modo de movimento rápido com uma estabilização bastante próxima da tecnologia HyperSmooth, que está presente no GoPro Hero7. Os vídeos são ricos em detalhes e oferecem boa dinâmica.

Veredicto Final - Samsung Galaxy Fold

Quem me conhece sabe que nunca estive muito confiante em relação a este smartphone. Os meu colegas de outros blogs "discutiram" comigo diversas vezes sobre este equipamento, e nunca fui muito favorável ao mesmo. No entanto, depois de o poder utilizar fico com uma ideia totalmente diferente do mesmo. Tudo ele é brilhante. Existem muitos pontos positivos, que vão desde o ecrã, a sua performance, a sua excelente autonomia, acabamento, a secção fotográfica, e acima de tudo as portas que este equipamento abre. Foi o primeiro telefone a chegar com esta tecnologia, e abre o caminho para muito outros dispositivos que vão chegar num futuro próximo.

No entanto, também tem alguns pontos menos positivos. Desde logo a começar pela fragilidade do ecrã, quer queiramos, quer não, é realmente muito mais frágil do que a de um ecrã convencional. Depois o software, a Samsung parece se ter esquecido de trabalhar nas atualizações para o Samsung Galaxy Fold, e 4 meses sem uma única atualização é muito tempo, e quem paga mais de €2000 por um telefone tem direito a ter tudo o que seja de bom, e se no hardware nada falha, a OneUI 1.5 soa a pobre para este smartphone... e já existe a One UI 2.1.

E para terminar temos um ponto negativo, mas que a Samsung não tem culpa, a falta de optimização para algumas aplicações. O ecrã 4:3 é novo, e os programadores ainda estão a preparar as suas aplicações para essa proporção.

O Galaxy Fold tem algumas falhas, e garantidamente não vai agradar a todos, mas é apenas uma primeira geração e, acima de tudo, é mais do que promissor para o futuro dos smartphones.

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Joel Pinto

Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.