Análise Fitbit charge 6: Podia chamar-se Pixel Smartband

Anunciado no passado mês de setembro, o Fitbit charge 6 foi anunciado como o mais novo membro da família Fitbit, uma smartband que tem era até então protagonista de diversos rumores. Trata-se de um produto que chegou para ajudar os utilizadores a manterem-se motivados e atingirem os seus objetivos de saúde, mas não só.

Há algumas semanas recebemos o Fitbit charge 6 para teste, e como pode ter percebido pelo titulo do nosso artigo, o mesmo é dedicado à nossa review ao mesmo… e fique já com a sensação de que se o mesmo fosse chamado de Pixel Smartband, ficava muito bem batizado, já que o ADN da Google está bem presente.

O dispositivo

De um modo geral este Fitbit charge 6 é um rastreador atraente, acessível e geralmente preciso que pode controlar uma ampla gama de métricas de condicionamento físico e possui muitos acessórios divertidos. Ao contrário do novo Pixel Watch 2, ele pode ser utilizado quer utilize um smartphone Android ou iOS. No entanto, o Fitbit charge 6 torna-se muito mais útil se gosta mais do YouTube Music do que do Spotify, ou se prefere o Google Maps ao Apple Maps.

O Fitbit charge 6 tem muito mais vantagens do que integrações rígidas de software. Num mercado onde todos os rastreadores de fitness parecem encontrar métricas de saúde cada vez mais estranhas para medir – açúcar no sangue, tempo gasto à luz do dia, acho que as capacidades comparativamente básicas do charge 6 são quase refrescantes. Quer apenas saber quantos passos deu e ver quanto tempo dormiu? Então está comigo, mas falarei mais sobre os seus recursos de rastreamento mais à frente.

O ADN Google

Algo que muitos proprietários do Fitbit notarão é que já não é necessário uma conta Fitbit para entrar na aplicação Fitbit. E já utiliza uma dessas contas vai precisar de migrar a mesma para uma conta Google. Felizmente, isso é indolor e muito fácil de fazer. Ao abrir a aplicação Fitbit atualizada, clique no seu perfil e role para baixo, ai vai ver uma opção para mover a sua conta Fitbit para a sua conta Google.

Se não tiver uma conta Google, a aplicação vai solicitar que crie uma. Ao clicar nos campos de consentimento, este também é um bom momento para rever a forma como a Google usa os dados do Fitbit. A Google afirma que não usa os dados do Fitbit para anúncios, no entanto, como acontece com a maioria dos outros rastreadores de fitness, pode consentir que os seus dados (com suas informações de identificação removidas) sejam utilizados ​​para projetos de pesquisa do Fitbit e da própria Google.

A outra grande mudança que os proprietários do Fitbit notarão é a nova aplicação Fitbit com assinatura da Google, que a meu ver, distingue-se da antiga aplicação principalmente por causa da sua paleta de cores e fonte mais modernas. A navegação na aplicação também foi simplificada, e na parte inferior, há três guias: Hoje, Coach e Você.

A aba Hoje mostra seu Foco, que é onde define as suas metas de saúde. Pode escolher entre metas predefinidas, como ficar mais ativo, dormir melhor ou melhorar a saúde do coração, ou pode criar as suas próprias. A aplicação então mostra as métricas mais relevantes para esse objetivo. Escolhi “Faça Mais atividades”, que mostra passos, calorias, distância percorrida e minutos da zona ativa , que avalia a eficiência de cada treino.

A guia Coach mostra diferentes vídeos de treino que pode transmitir e diferentes instrutores que pode seguir. A guia Você é onde a aplicação acompanha o progresso das suas metas, regista as suas diversas avaliações de saúde e mostra as atividades que a sua família e amigos realizaram. O Fitbit já existe há muito tempo, e se possui um Fitbit, provavelmente está ligado a outras pessoas que possuem Fitbits. Infelizmente, a Google desativou esses recursos da comunidade há algum tempo, mas por enquanto ainda pode ver a sua família, amigos, quaisquer grupos que possa ter no seu feed em direto.

Funcionalidades

O Fitbit charge 6 é um rastreador de fitness completo que regista o conjunto padrão de métricas de saúde, e em momento algum se tenta disfarçar de relógio. Em vez disso, é uma banda simples com o seu ecrã sensível ao toque brilhante, que possui um modo opcional sempre ligado. Na lateral há um botão para ajudar a controlá-lo. O Fitbit passou por uma fase em que nenhum dos rastreadores tinha botões físicos e quando tinham nem sempre funcionavam bem.

Utilizando uma série de sensores na parte traseira, onde o rastreador toca no pulso, ele pode medir o nível de oxigénio no sangue (conhecido como SpO 2 ) e a temperatura da pele para saber se está com febre. Pode ser necessária uma leitura de ECG para determinar se tem ritmos cardíacos irregulares ou uma varredura de atividade eletrodérmica para medir os níveis de stresse do seu corpo.

O Fitbit charge 6 também monitoriza a frequência cardíaca 24 horas por dia com o que a empresa diz ser o sensor de frequência cardíaca mais preciso já colocado em rastreadores de fitness (ou seja, não pode ser comparado aos smartwatches da empresa, como o Pixel Watch 2). Pode ver a sua frequência cardíaca a qualquer momento no ecrã sempre ativo, e quando verifiquei o sensor de frequência cardíaca do charge 6 em relação às leituras do Pixel Watch 2, geralmente era a mesma ou muito próxima.

Essa leitura constante, cujos resultados são mostrados num ecrã sempre ligado, não prejudica a vida útil da bateria. A Fitbit afirma que otimizou os seus vários algoritmos para que possam ser executados no dispositivo com maior eficiência. Mesmo utilizando o Google Maps, Google Wallet e várias atividades rastreadas por dia, o Fitbit charge 6 durou mais de uma semana com uma única carga.

Agora pode obter instruções passo a passo através do Google Maps no seu Fitbit. Ele também possui recursos de pagamento sem contacto com Google Wallet, e o YouTube Music Premium pode ser controlado nativamente no seu pequeno ecrã. Todas essas interações a partir do pulso funcionaram mais ou menos como anunciado. No entanto, manter o rastreador em comunicação com meu telefone (do qual ele depende para conectividade de dados) foi um problema. Mesmo quando eu estava com meu telefone no bolso, passava muitos minutos a olhar para o meu pulso, pacientemente à espera que o Google Maps se voltasse a ligar para que pudesse obter as instruções desejadas.

Um bom recurso que acompanha este Fitbit charge 6 é a possibilidade pode ser ligado a algumas máquinas de exercício compatíveis com Bluetooth, como a passadeira NordicTrack ou a bicicleta Peloton, mas isso foi algo que não testei. Os exercícios que utilizei para testar a smartband foram essencialmente ao ar livre. O sistema automatizado de reconhecimento de treino da Fitbit não deteta treinos tão rápido, ou tão preciso, como os sistemas da Garmin ou outros sistemas dedicados. Por exemplo, precisei de estar cerca de 5 minutos a pedalar de bicicleta para o charge 6 perceber que estava em movimento de “treino”. O mesmo aconteceu com algumas caminhadas. Contudo percebi que ele aprende com a nossa rotina, e ao terceiro dia de caminhada ele percebeu que tinha iniciado um exercício, menos de 2 minutos de ter iniciado.

Finalmente, não há deteção de queda, que na verdade nenhum rastreador da Fitbit possui esse recurso. Como alguém que trabalha sozinho em casa e regularmente faz caminhadas ou passeios de bicicleta, esse é um dos recursos cada vez mais importantes para um rastreador de fitness.

Veredito Final Fitbit charge 6

Este Fitbit charge 6 ganha modos de exercício se comprado com o seu antecessor, conta com integração com equipamentos de fitness e aplicações da Google. Este é provavelmente o rastreador mais avançado da Fitbit e muito fácil de utilizar, já que conta com um botão lateral para navegação, e a seu aplicação complementar permite mais personalização para destacar métricas relacionadas ao seu objetivo.

Por 159,95 euros, esta Charge 6 continua a representar um excelente valor para um produto com um bom ecrã colorido e sensível ao toque, bateria com duração de vários dias, GPS integrado, sensores para monitorizar as principais métricas de saúde durante a noite e suporte para ECG, saúde cardíaca e stresse.

É verdade que as suas medições de pulso de treino não são as mais precisas do mercado, mas ainda são muito precisas, tendo em conta ao preço que é pedido por ela. E embora ofereça controlos de música apenas para os assinantes do YouTube Music Premium, o suporte para aplicações como Google Wallet e Google Maps são uma mais valia.

Contudo, se pensa em fazer deste Fitbit charge 6 um relógio, e minha melhor sugestão é que opte por outro produto. O seu ecrã é muito pequeno, e para esse fim vai encontrar produtos muito mais baratos. Se o objetivo é juntar a isso uma monitorização de exercício físico, então é uma excelente opção, já que nenhuma smartband atualmente no mercado tem o nível de precisão desta Fitbit charge 6, fazendo disso a sua melhor arma. Como tal, a nossa nota para a mesma é:

Este Fitbit charge 6 foi-nos gentilmente disponibilizada pela Google Portugal para que a realização desta review fosse possivel. Se quiser, pode aceder à página do produto aqui.